A euforia do momento parece ser as chamadas criptomoedas, das quais se destaca a Bitcoin, pela sua valorização e quota neste mercado. A valorização da Bitcoin é estonteante: 1250% desde o início do ano até ao final da semana passada. Não há investimento que se lhe compare em retorno.
Mas afinal o que são estas cripto moedas? Em primeiro lugar, não têm existência física e apenas podem comprar um número muito limitado de produtos e serviços, nalguns países e lojas.
Utilizam-se, sobretudo, como investimento, o que a torna um activo altamente perigoso porque não é acompanhada por nenhum regulador nem existem, sequer, regulamentos, a não ser os que foram criados pelos seus criadores.
[LER_MAIS] Se o emissor for à falência, o seu investimento desaparece na nuvem e o mesmo acontece se perder a sua password e não tiver cópia da sua carteira. As transacções assentam numa nova tecnologia, chamada “blockchain”, uma base de dados distribuída em que cada pessoa tem a sua cópia dessa base de dados onde pode seguir o percurso das transacções das moedas.
Parece que autoridades tributárias já têm equipas especializadas a trabalhar nesta tecnologia para poderem saber quanto comprou e vendeu cada cidadão e quanto ganhou e, de seguida, cobrar-lhe o IVA e o IRS. Mais fácil do que andar atrás das transacções de dinheiro verdadeiro a circular pelos paraísos fiscais.
Resumindo, para mim as criptomoedas não são moedas, mas um meio de aumentar a riqueza dos já muito ricos, investidores experientes, e empobrecer ainda mais os pobres que vão atrás de sonhos, manipulando as cotações.
Prefiro os gatos criptográficos lançados na “blockchain” da Ethereum (a segunda maior empresa de criptomoedas). Vão-se comprando uns gatos só nossos para jogar sem o inconveniente de nos estragarem os sofás e podemos vendê-los quando estiverem a bom preço, se não lhes estivermos muito afeiçoados. É mais sério – ao menos não chamam moeda ao bichano…
*Economista