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Grama. Leiria tem a única fábrica que prensa discos de vinil em Portugal

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Março 6, 2025
em Viver
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Grama. Leiria tem a única fábrica que prensa discos de vinil em Portugal
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Como um supergrupo que reúne músicos de várias bandas mediáticas, também esta equipa tem muitos quilómetros de estrada. Hugo Ferreira, sócio-gerente, fundou as editoras Omnichord e Phonograma; Carlos Matos, responsável pelo controlo de qualidade, é o presidente da Fade In, que organiza o festival Extramuralhas; José Arantes, engenheiro de corte, trabalhou como técnico de som em concertos de PJ Harvey e Herbie Hancock; e João Diogo, designer gráfico, colabora com a Alma Mater Records, dos Moonspell. Estão agora juntos na Grama Pressing e a partir de Leiria querem aproveitar o conhecimento e a experiência que trazem no currículo para diferenciar a fábrica de discos de vinil no mercado internacional.

“Todas as pessoas que têm fábricas são perdidamente apaixonadas por música”, comenta Hugo Ferreira, no entanto, a Grama, de acordo com o empresário, apresenta uma “grande vantagem”: gente que conhece o meio em que se movimenta como a palma da mão. “Para além de conhecermos como editores, conhecemos também como melómanos. Tenho 10 mil [discos em vinil] lá em casa, o Carlos há-de ter outros tantos, apanhámos quase todos os vinis possíveis e imaginários, todas as embalagens possíveis e imaginárias, na óptica do utilizador comprador”.

Ser uma referência

Nas instalações na Cerca, freguesia da Maceira, onde ao todo trabalham nove pessoas, já se prensaram discos de Sam The Kid, David Carreira e Samuel Úria, entre muitos outros, e também de artistas com raízes em Leiria como Afonso Rodrigues, Marciano e Inês Apenas (além da reedição de Silence Becomes It, dos Silence 4). A estratégia para impedir que o sonho vire pesadelo passa por compreender “o que uma editora ou artista pretende de uma pressing plant” e conseguir “fazer melhor”. Ou seja, a Grama “não vai querer prensar todos os discos, mas pode ser uma escolha para alguns”, como uma boutique “de referência” em que cabem “todos os géneros musicais”, diz Hugo Ferreira. “A ideia não é fazer muito, é fazer bem”.

Detalhe importante, não há no país outra fábrica igual. “Em Portugal, não”, explica Hugo Ferreira. Já no resto da Europa existem algumas dezenas, à boleia da redescoberta do vinil nos últimos anos. A Grama surgiu na Maia em 2021, com três sócios que entretanto, e em momentos diferentes, abandonaram o projecto – dois deles em Julho de 2024 e o terceiro no início de 2025.

Hugo Ferreira: “Continua a haver muito aquela noção de pertença e de guardar memórias através de um objecto físico e o vinil faz isso”

“Neste momento, Leiria, em Portugal, é o único sítio onde há uma fábrica de vinil e uma fábrica de CD’s [a MasterCD, na Barosa]. Não há mais nenhuma, nem de vinil nem de CD’s”, realça Hugo Ferreira. “Ponto muito forte” para que na cidade que tem o estatuto de cidade criativa da música atribuído pela Unesco “a música seja, directa ou indirectamente, motivo para haver segurança laboral e para se alavancar não só posições pessoais como movimentos artísticos”.

Como relojoaria

Hoje, um dia no escritório significa para Carlos Matos estar sentado à secretária com auscultadores e ouvir horas e horas de música. E, em alguns dias, ouvir várias vezes o mesmo disco. “Sobretudo quando são primeiras tiragens é nevrálgico”, aponta. Impõe-se “estancar o problema logo” e impedir que dezenas ou centenas de cópias “vão para o lixo” por causa de uma anomalia. “Há vários ruídos num disco. É aquela magia que os Portishead meteram no Dummy, não é? Mas, depois, há uma quantidade de outros ruídos que não são naturais e é isso que temos de detectar”. Hugo Ferreira aproveita a deixa: “Estou a pagar-lhe para ele ouvir música”! E o amigo Carlos Matos confirma: “Com a vantagem de ouvir música às vezes meses antes de ela sair, de ser editada”.

Na Grama, tudo começa na sala onde só manda José Arantes. É ali, à porta fechada, e em ambiente controlado, que acontece a masterização e transformação do som em grooves, os sulcos tocados por magia que são analisados com recurso a uma imagem ampliada várias vezes, para confirmar que “estão todos certinhos”, enquanto a máquina com ponta de diamante, “uma máquina sensível”, grava o lacquer ou matriz – “é quase relojoaria”.

Depois de transformado num “bolo”, o PVC segue para a prensagem

Masterização, corte, prensagem, controlo de qualidade, artwork, embalamento, envio. Prazo médio: 45 dias. No horizonte, está o objectivo de assegurar a galvanização, etapa em que se obtêm os negativos ou stampers, a única fase do processo actualmente realizada fora (na Alemanha). E de estabelecer parcerias locais para impressão dos materiais gráficos (capa, interiores, label) que actualmente também chegam da Alemanha.

Mais de 30 países

O mercado português “é pequeno”, logo, importa “ter cada vez mais clientes” lá fora. “Temos de tentar ser melhores do que os outros a nível de preço e ser melhores a nível de qualidade e de prazo”, adianta Hugo Ferreira. “Só com isso é que conseguimos a carteira de clientes internacionais que temos, porque a concorrência, no centro da Europa, é muito grande”, acrescenta Carlos Matos. São mais de 30, incluindo Japão, Austrália ou Estados Unidos, os países para onde a Grama já enviou discos em vinil – 40% dos clientes são estrangeiros, a meta é subir a percentagem para os 80%.

Cada edição encomendada na Grama tem tido em média entre 300 e 500 cópias

Hugo Ferreira espera triplicar a produção dentro de dois anos. Com a ligação, este mês, da terceira prensa, a capacidade instalada vai aumentar de 2.000 discos por dia para 3.000 discos por dia. Em média, as tiragens rondam os 300 a 500 exemplares por edição.

O equipamento mais recente, curiosamente, é o que tem mais história. “A última prensa a trabalhar em Portugal na Valentim de Carvalho”, conta Hugo Ferreira, e noutros tempos, segundo Carlos Matos, deu álbuns de Amália, António Variações, GNR ou Heróis do Mar, entre muitos outros.

“Comprar música não é a prioridade de muita gente”, face ao custo de vida, reconhece Hugo Ferreira, que acredita, por outro lado, que a Grama joga com vários trunfos: “Continua a haver muito aquela noção de pertença e de guardar memórias através de um objecto físico e o vinil faz isso”, argumenta. “Nós aqui estamos a criar bocadinhos de arte e de memória viva”, algo que “vai ser desembrulhado com a maior excitação por alguém que está à espera de encontrar ali um momento muito forte e uma ligação muito forte”. Mais do que a música gravada, “uma experiência de vida” e “um alimentar de sonho”.

2.000 discos por dia e uma tonelada de PVC por semana
 
Na fábrica da Grama, podem produzir-se 2.000 discos por dia (brevemente, 3.000, com a ligação da terceira prensa). Todos de 12 polegadas, com 22 minutos, no máximo, em cada lado.
 
Em média, a unidade tem consumido uma tonelada de PVC por semana (proveniente da Holanda). O granulado começa por ser transformado num bolo, que depois é prensado, processo que origina o disco em vinil.
 
Antes, o som é masterizado e transformado fisicamente em grooves. A seguir, o lacquer, ou matriz, passa por galvanização, para se obter o negativo, que é usado na prensagem de cada cópia.
 
Os acabamentos são possíveis em várias cores e estampagens, incluindo com detalhes a ouro ou prata, o que significa que, em algumas edições, não há, realmente, dois discos iguais.
 
Desde Julho, um total de 146.160 discos (unidades) para 200 edições diferentes. Desde 2021, a Grama já forneceu aproximadamente 700 edições.
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