O bicampeão europeu Sporting de Braga, o gigante Sporting, a revelação Alfarim e os Amigos da Paz, ou GRAP, como preferirem. Estão definidas as equipas que vão lutar pelo título nacional na fase final do Campeonato de Elite de futebol de praia, marcado para a Nazaré, de 13 a 15 de Setembro.
Foram elas que se classificaram nos quatro primeiros lugares da fase regular e agora vão dar tudo para levar o caneco para casa.
É certo que uns são mais favoritos do que outros. Que uns têm o plantel recheado pelos melhores jogadores do Mundo e outros permanecem fiéis à prata da casa, mas, em bom futebolês, a bola é redonda e tudo pode acontecer.
O GRAP, dos Pousos, Leiria, consegue pela segunda vez em três anos chegar à fase das decisões. Em 2017 foi terceiro, no ano passado falhou o acesso por 17 segundos e agora está a preparar-se para dar luta.
Não é, obviamente favorito, mas sabe que tem ferramentas para dar luta a quem quer que seja. É que já este ano conseguiu vencer a um Sporting de Braga, dominador do panorama nacional e europeu, com o “plantel completo”.
O treinador, Sandro Brito, quer dar seguimento a esta época “proveitosa”, em que já conquistaram a Taça Distrital e estão nos quartos-de-final da Taça de Portugal. O acesso à final a quatro da Elite dá, também, garantia de manutenção no escalão máximo da modalidade e um lugar na fase de grupos da EuroWinners Cup, a competição europeia de futebol de praia.
“Temos trabalhado cada vez melhor, é um grupo consolidado constituído integralmente por pessoal de Leiria. O mérito destes feitos é deles”, assegura. [LER_MAIS]
Tripas e coração
“Fundamental” para estes sucessos dos Amigos da Paz foi a construção, há três anos, na zona desportiva dos Pousos, de uma caixa de areia que oferece “excelentes condições” para a realização de treinos.
Contudo, mais do que mais-valias infra-estruturais, o segredo está definitivamente no “gosto pela modalidade”, “a raça, a entrega e a vontade” da rapaziada. Um entusiasmo que vem, em muitos casos, dos tórridos torneios de futebol de praia do Pedrógão do final dos anos noventa do século passado.
Actualmente, praticamente todos acumulam a praia com o futebol de onze ou o futebol. Por um lado é bom, porque os mantém activos durante todo o ano. O problema é quando a preparação de uma modalidade coincide com a outra.
“Fazem das tripas coração, mas, tirando um ou outro, o futebol de praia continua a ser uma modalidade secundária. A tendência é que a situação se altere e muitos esperam que o campeonato possa crescer – é disputado e Maio a Setembro – para se poderem focar na praia. É essa a vontade de muitos”, assegura o responsável.
Da equipa faz parte André Lourenço, uma figura cada vez mais incontornável da selecção nacional que nos últimos meses conquistou o Mundialito e os Jogos Europeus, “com um futuro brilhante” e que só não está em Patras a disputar os Jogos do Mediterrâneo de Praia devido a uma lesão. “Esperemos que recupere a tempo de disputar a fase final. É um elemento criativo importante”, diz Sandro Brito.
A fase final aproxima-se e a equipa vai dando os últimos retoques. Serão três jogos em que tudo pode acontecer, acredita o treinador. “Com base na humildade queremos disputar todos os jogos em busca de pontos. Se ganhámos ao Braga podemos ganhar a todos.”