Quando a pandemia parou o País, a Panidor já tinha uma Loja de Fábrica, nas instalações da unidade produtiva de Monte Redondo. Durante o período de confinamento, a procura cresceu de forma “elevadíssima” e as vendas ultrapassaram em dez vezes o normal. Um cenário que levou os responsáveis do grupo a avançar para a abertura de um segundo espaço. “Voltou a ser um sucesso” e inspirou um novo projecto que está no terreno e prevê a existência de 50 lojas em Portugal até ao final do ano.
Marta Casimiro, administradora do grupo leiriense, explicou ao JORNAL DE LEIRIA que a procura registada na loja existente na fábrica durante as primeiras semanas de confinamento levou à abertura de uma nova Loja de Fábrica, no final de Março, na zona industrial da Marinha Grande, onde o grupo tem uma sala de desmancha de carne Angus Heritage.
“As lojas, tal como a venda itinerante, que fizemos durante o confinamento e que entretanto parámos porque as carrinhas retomaram os circuitos normais, tinham como primeiro objectivo escoar produto, porque com o canal HORECA parado ficámos de um dia para o outro com as câmaras frigoríficas cheias de produto”, diz a gestora. Dada a diferenciação dos produtos vendidos – carne maturada Angus Heritage, pão e pastelaria pré cozidos – o sucesso rapidamente surgiu, reconhece Marta Casimiro.
[LER_MAIS] O projecto ganhou dimensão e neste momento há já dez Lojas de Fábrica (o nome e imagem irão entretanto mudar) espalhadas por Leiria, Marinha Grande, Pombal, Batalha, Caldas da Rainha e Odivelas. Metade são em regime de franchising. Até final de Agosto deverão abrir mais dez, numa faixa entre Lisboa e Braga, e o objectivo é chegar aos 50 espaços até ao fim do ano, metade em regime de franchising.
“Este negócio vai ser bastante grande”, reconhece a administradora, que estima uma facturação anual de sete milhões de euros para esta meia centena de espaços. Com a abertura das lojas foram já criados mais de 20 postos de trabalho. Espanha está igualmente na mira do grupo de Leiria, que até final de Agosto vai abrir uma loja na zona de Madrid, para testar o conceito antes de avançar para novas localizações, em regime de franchising. “O objectivo definido eram 400 lojas, vamos trabalhar para isso, mas temos de avançar com cuidado”.
O grupo teve cerca de 150 pessoas em lay-off entre meados de Abril e meados de Maio, mas de então para cá começou a registar um aumento gradual e significativo das encomendas por parte da grande distribuição. “Durante o estado de emergência chegou uma nova linha de bolas de Berlim, mas nas primeiras semanas não estava operacional. Agora trabalha 24 horas por dia”, exemplifica a gestora.
E há poucos dias chegou uma nova linha de pastelaria, que ficará operacional entretanto. “Temos muitos projectos em curso, mas com a pandemia alguns atrasaram um bocadinho. Temos de perceber onde vai ser possível chegar, porque continua tudo muito incerto”, sublinha Marta Casimiro, que revela que só para a fábrica foram contratadas 30 pessoas durante este período. Adianta que há cerca de duas semanas a empresa foi certificada como Covid Safe pela APCER.