O hospital de Leiria foi a unidade escolhida para receber e tratar de uma doente proveniente da Madeira, que se encontrava em estado “grave”, a precisar de uma intervenção urgente ao nível da traqueia.
A transferência teve lugar no final da semana passada, com recurso a um avião militar medicalizado, que aterrou na Base Aérea n.º 5, em Monte Real.
Segundo o Centro Hospitalar de Leiria (CHL), a viagem entre o Funchal e o Hospital de Santo André, que incluiu também o transporte em ambulância entre a BA5 e a unidade de saúde, “demorou apenas 1:50 horas, reduzindo muito o risco neste tipo de intervenções, e que foi determinante para o sucesso”.
De acordo com o CHL, a paciente enviada pelo hospital do Funchal apresentava um quadro clínico “com graves dificuldades respiratórias, sugestivo de estenose [obstrução] da traqueia em doente traqueostomizada há cerca de dois anos após Acidente Vascular Cerebral”. Uma situação “grave” que implicava a transferência “com urgência” para uma unidade especializada.
A escolha do hospital do Funchal recaiu no Serviço de Pneumologia do CHL, envolvendo também os serviços de Anestesiologia e Medicina Intensiva. “A decisão (…) naturalmente reconhece a especialização e a qualidade dos cuidados prestados pelo nosso serviço pelos colegas do Funchal”, refere o CHL.
No hospital de Leiria, a doente foi submetida “a vários procedimentos endoscópicos, sob anestesia geral, após o que ficou estabilizada e com respiração autónoma”. Recebeu alta na terça-feira, apesar de estar em condições de o fazer 48 horas antes, o que só não aconteceu porque aguardava “disponibilidade de transporte”.
[LER_MAIS] O regresso ao Funchal foi feito já em avião comercial, embora “sempre acompanhada por uma enfermeira e pela sua médica assistente e em máxima segurança”.
“Este é um exemplo do reconhecimento que temos tido na região e no País, que nos deixa com um enorme orgulho, principalmente porque sabemos que estamos a prestar um serviço de elevada qualidade, com o maior rigor, as técnicas mais modernas, os recursos humanos mais qualificados e a tecnologia mais avançada”, afirma o presidente do Conselho de Administração do CHL.
Helder Roque destaca ainda a “localização central” da unidade de saúde, “próxima dos grandes centros urbanos, a norte e a sul, e com a vantagem de ter muito perto uma base aérea com capacidade para receber estas situações e apoiar no seu transporte”.
O dirigente realça também o investimento que tem sido feito na reformulação de serviços, dotando-os de “tecnologia de ponta” e adoptando “os mais avançados procedimentos médicos e cirúrgicos”, o que permite “uma maior especialização, maior inovação e maior diferenciação tecnológica”.