A partir das 9 horas desta sexta-feira e até dia 19 de Agosto, o hospital de Leiria vai estar sem Urgência Ginecológica/Obstétrica. São 17 dias de encerramento que a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULS RL) justifica o com a “falta de recursos humanos”. Também a Urgência Pediátrica estará fechada entre as 9 horas de hoje, dia 2, e a mesma hora de segunda-feira, dia 5.
Em resposta ao pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA, a instituição alega que o fecho da Urgência Ginecológica/Obstétrica “já estava programado de forma a dar uma resposta consistente às utentes e grávidas da ULS RL até ao final do presente ano e foi articulado” com a congénere de Coimbra.
Na mesma nota, o hospital aconselha as utentes e grávidas da sua área de influência a ligar previamente para a Linha SNS Grávida (808 24 24 24), para serem “encaminhadas, antes de se deslocarem para qualquer unidade de saúde“.
Numa informação enviada às corporações de bombeiros, à qual o JORNAL DE LEIRIA teve acesso, a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULS RL) informa que o HSA “encontra-se com constrangimentos no Serviço de Urgência Ginecológica/Obstétrica” entre os dias 2 e 19 de agosto.
“Constrangimento é o mesmo que encerramento. Não há pessoas para trabalhar, porque, há muito que foram esgotadas as horas extraordinárias”, afirma José Carlos Almeida, secretário regional do Sindicado Independente dos Médicos da Região Centro.
Segundo a informação que a ULS RL remeteu aos bombeiros, enquanto durar o encerramento das duas urgências (Obstetrícia/Ginecologia e Pediátrica) os meios de socorro “devem fazer a passagem de dados ao CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes] para respectiva referenciação”.
Para Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, é “muito negativo” privar uma região “com cerca de 400 mil habitantes” deste serviço de urgência “durante um período tão longo”.
Durante este período, as utentes terão “recorrer a Coimbra que, para algumas zonas da ULS, fica a mais de 100 quilómetros”, frisa o dirigente, que considera “urgente” resolver este problema e encontrar “soluções, que poderão passar por algum tipo de parceria com a ULS de Coimbra e outras da região”.