As polémicas ilhas urbanas instaladas na cidade de Leiria, que custaram cerca de 200 mil euros, não estão ainda a funcionar em pleno, faltando a operacionalização da recolha de dados referentes ao tráfego rodoviário e à movimentação de pessoas nas áreas abrangidas.
“Estamos a trabalhar com a empresa instaladora para ultimar a calibração de sensores e revisão do algoritmo”, assume a câmara, em resposta a um pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA, adiantando que, até ao final do ano, espera “disponibilizar os dados em dash board e em base de dados”.
Quando, no final do ano passado, o projecto foi anunciado, previa-se que cinco das dez ‘ilhas’ fossem equipadas com sensores para recolha de informação sobre a qualidade do ar que se respira na cidade, os níveis de ruído e dados de tráfego, a disponibilizar no site do município e numa página dedicada a esse efeito.
Neste momento, através do link do projecto, são divulgados dados, referentes, por exemplo, à temperatura, humidade, direcção e velocidade do vento, ruído ambiente e concentração de poluentes atmosféricos.
Segundo o município, “todos” os dados recolhidos “estão a ser utilizados para monitorização dos diversos indicadores” pela câmara, nomeadamente através da Divisão de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros Sapadores.
Há “dados meteorológicos relevantes para as ocorrências, acções preventivas e emissão de avisos”, alega a autarquia, adiantando que têm sido mantidas reuniões com o Politécnico de Leiria para “definir metodologia de análise, bem como para a cedência dos dados obtidos para estágios e elaboração de relatórios e trabalhos”.
No caso dos indicadores referentes à mobilidade – “pessoas detectadas” e tráfego rodoviário (carros, autocarros, motociclos e camiões) – os valores apresentados são “meramente demonstrativos”, por esta funcionalidade não estar operacional. A expectativa do município é que a situação seja ultrapassada até ao final do ano.
Investimento de 200 mil euros financiado a 85%
As dez ilhas urbanas custaram cerca de 200 mil euros, dos quais 85% foram financiados por fundos comunitários, através do PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano. Cinco são compostas apenas por banco com floreiras, enquanto as restantes têm candeeiro inteligente e sensores para medição da qualidade do ar, ruído, dados meteorológicos e de tráfego. Estas cinco estão junto à escola do Arrabalde, à entrada da feira do Levante, no largo Cónego Maia, na ponte Hintze Ribeiro e na rua Roberto Ivens.