Nos últimos meses, “uma mudança radical” empurrou-a para um novo lugar, e a experiência, segundo Inês Apenas, escuta-se no longa duração Éter, que esta sexta-feira, 11 de Outubro, fica disponível.
O álbum de estreia traz uma sonoridade “bastante diferente” e mostra “maior maturidade”, diz a cantora, compositora e pianista de Leiria, finalista do Festival da Canção em 2023, que anteriormente lançou os EP Um Dia Destes, Leve(mente) e Acústico e, entre outros, os temas “Leiria Não Existe” e “Fim do Mundo”. Traz, ainda, uma parceria surpreendente, com João Tordo – “o escritor que mais li ao longo dos anos”, assinala Inês Apenas – na faixa “Requiem”.
Ao vivo, também há novidades: uma nova formação, com bateria, guitarra e dois teclados. Aliás, o disco, “está cheio de piano”, conta a antiga aluna do Orfeão de Leiria e da ESMAE, no Porto, que continua ligada ao coro Ninfas do Lis.
O concerto de apresentação no Teatro José Lúcio da Silva acontece a 18 de Janeiro. Antes, o espectáculo passa pelo Teatro Maria Matos em Lisboa (11 de Dezembro) e pelo Teatro Aveirense, em Aveiro (19 de Dezembro).
Agora que chega o momento do encontro com o público, destaca-se a “sensação de dever cumprido” por se concretizar um “objectivo” de “há muito tempo”.
Éter, segundo a autora, inspira-se na filosofia de Platão e, de acordo com a nota de imprensa, baseia-se na dicotomia entre o real e o ilusório, o verdadeiro e o falso, o bem e o mal, a morte e a vida, ao mesmo tempo que aborda “a realidade pura e crua da sociedade actual, sem embelezamentos, que oscilam entre a ilusão e fantasia”.
Na conversa com o JORNAL DE LEIRIA, Inês Apenas fala de dualidade, do mundo idealizado e do mundo real. “Sinto que ao longo da minha vida fui estando mais no mundo das ideias e no mundo dos sonhos, que é um mundo não tão concreto”, explica. “Todo o álbum aponta para uma viagem que depois acaba por cair na realidade, mas também não sabemos se essa realidade é mesmo assim como nós a vemos, com os nossos sentidos”.
Instalada em Lisboa desde Outubro do ano passado, “por motivos profissionais”, no LP de estreia, que “explora coisas que não tinha explorado a nível de voz” e torna a estabelecer pontes entre a electrónica, a pop e o piano acústico, co-produzido por Constantino, Ned Flanger, Miguele, Left., Luar, Dør e Yanagui, Inês Apenas conta, em diferentes faixas, com participações de Irma, Milhanas e Malva.
“Todas as colaborações que trago são sempre pessoas que me inspiram muito”, comenta. “Desta vez, desafiei-me também a produzir”. Ou seja, “maior controlo” sobre o resultado.
“Éter”, “Vem Cá”, “Se Ao Menos” e “Impulso” são os quatro singles já disponibilizados. O alinhamento completo é revelado hoje com o lançamento de Éter nas plataformas digitais.