É do meio mais rigoroso e exigente da indústria de moldes que surge, inesperadamente, o Instituto Socem, “uma iniciativa revolucionária que pretende desenvolver e trabalhar o domínio das emoções, para que cada indivíduo se sinta e seja melhor, não apenas como funcionário, mas como membro activo da comunidade”.
Fundado há dois anos, o Instituto resulta da iniciativa de Luís Febra, administrador do grupo empresarial Socem (sediado na Martingança), que há mais de uma década idealizava uma academia, inicialmente voltada para o interior das suas empresas, que fosse capaz de melhorar a integração dos jovens.
“Quando os jovens vêm para as empresas, vindos das escolas, são, de maneira geral, deficientemente acolhidos pelas duas entidades. Nem sempre os seus coordenadores têm um plano para o estágio, nem as equipas das empresas, envolvidas nas suas actividades, lhes dão o apoio que merecem. Em vez de se apaixonarem, os mais novos ganham alguma aversão. A indústria peca um bocadinho por isso, por receber mal. E os jovens procuram conforto, em outras áreas como os serviços e [LER_MAIS]as tecnologias digitais”, observa o empresário.
Ao invés de uma academia, voltada apenas para o grupo, Luís Febra preferiu apostar no Instituto Socem, que está a ser coordenado com o apoio de João Vaz, e que tem dirigido a sua formação tanto para os quadros médios e superiores do universo Socem, como para todas as outras pessoas “que sintam vontade de fazer mudanças na sua forma de agir, de aprender a gerir as suas emoções e a evoluir o seu modelo comportamental, a sua atitude, o que significa comandar a sua vida”.
“Hoje entendemos que é muito mais importante esse auto-conhecimento, essa gestão pessoal das emoções do que propriamente o conhecimento técnico. As pessoas são admitidas nas organizações pela sua inteligência cognitiva, pelo CV, e são dispensadas das empresas pelo seu baixo nível de inteligência emocional”, prossegue. “O desafio de hoje é conseguir que as pessoas tenham consciência de que a escola é apenas o princípio, não é o fim. O instituto ajuda a integrar, a estruturar a atitude. Desafia para o auto-conhecimento, para a inteligência emocional”, salienta Luís Febra.
“Ajuda as pessoas a gerir os seus medos, a ultrapassar bloqueios instalados, tornando as suas vidas mais prósperas, mais verdadeiras e sobretudo mais felizes”. Ao longo de dois anos, de forma directa, passaram mais de 160 pessoas pelo Instituto fazendo o seu treino HAI, Treino de Inteligência Emocional, que segue uma metodologia japonesa.
Estes treinos, de grupo, realizam-se tanto nas instalações da Socem, como em auditórios externos, abertos à comunidade. E o leque de pessoas que sente essa necessidade de “transformação” é muito heterogéneo, conta João Vaz, referindo que pelos treinos têm passado desde gestores, a desempregados, até um piloto de F16. “Todos querem desbloquear e ter uma vida melhor”, realça.
Recuperar o comando da própria vida, perseguir sonhos, procurar a felicidade interior, que na maioria das vezes se consegue treinando também o desapego, são alguns dos objectivos que o Instituto tem vindo a trabalhar. E as mudanças alcançadas nos participantes são evidentes para Luís Febra e João Vaz, que recordam o caso de um profissional do grupo, que percebeu que o seu percurso devia ser outro, e passava por avançar com negócio por conta própria.
Ao trabalhar de maneira sistémica, com impacto na auto-percepção do indivíduo e no seu papel na comunidade, o Instituto não transforma apenas as pessoas, inspirando frequentemente iniciativas de solidariedade social, referem Luís Febra e João Vaz. “Mais do que uma entidade educativa, o Instituto Socem é um verdadeiro catalisador de transformações profundas na vida das pessoas e na comunidade em geral”, verificam.