As instalações da extinta fábrica de vidro Manuel Pereira Roldão, que se encontram em elevado estado de degradação, no centro da Marinha Grande, estão a receber obras no sentido de garantir a segurança a quem se desloca na zona. A intervenção foi solicitada pela autarquia ao proprietário do espaço, um investidor do Norte do País, que de imediato avançou com os trabalhos, explicou Pedro Marques, consultor imobiliário, ao JORNAL DE LEIRIA.
As obras em curso têm, para já, esse carácter preventivo, mas, adiantou o consultor, o investidor está interessado em projectar uma urbanização para este espaço central da cidade.
Além destas, o JORNAL DE LEIRIA apurou que outras instalações fabris desactivadas da cidade estão na mira de investidores. A “Angolana”, a Upla e as oficinas de reparação automóvel junto ao Parque da Cerca [LER_MAIS]são algumas delas.
No caso da Manuel Pereira Roldão, a intenção de fazer nascer ali mais de uma centena de apartamentos chegou a estar sobre a mesa há alguns anos, recorda Pedro Marques, que é consultor do proprietário deste imóvel desde 2010. Contudo, justifica, a crise que se instalou depois de 2011 deixou o empreendimento na gaveta.
Agora, percebendo que há carência de imóveis no concelho, o investidor voltou a manifestar interesse num novo projecto, que deverá passar pela remoção da infra-estrutura existente, a construção e a venda das habitações.
As instalações, que “já não estão no mercado”, chegaram a estar à venda, no final de 2019, por 1,3 milhões de euros. Em causa está uma área de 20 mil metros quadrados.
Contactado pelo nosso jornal, Aurélio Ferreira, presidente da autarquia, mostrou-se entusiasmado. “Parece-me muito bem. Tudo aquilo que traz desenvolvimento ao concelho é bem-vindo. Um projecto desta natureza permite limpar o que está degradado, dar condições a quem cá vive ou pretende viver”.
Outros projectos na forja
Na Rua Infante Dom Henrique, com vista sobre o Parque da Cerca, as antigas oficinas de reparação automóvel aguardam licenciamento para dar lugar à construção de um edifício multifamiliar, com 16 fogos, todos eles de tipologia T3, explicou ao JORNAL DE LEIRIA o casal de investidores, cuja empresa está a apostar na revitalização de pontos devolutos da cidade.
Também na Rua Engenheiro André Navarro são esperadas novidades, a breve trecho, para as instalações da Sociedade Vidreira Lusitana, conhecida por “Fábrica Angolana”, imóvel classificado como Monumento de Interesse Público, detido pela Visabeira.
Fonte do grupo de Viseu confirmou ao nosso jornal que “está em fase final um projecto para a denominada “Fábrica Angolana”. O projecto, afirmou, “será em breve submetido às entidades responsáveis pela sua apreciação e aprovação”.
Recorde-se que, no final de 2019, Carlos Caetano, então vereador do Urbanismo, adiantava que o proprietário da “Angolana” tinha abordado o município para dar a conhecer o seu objectivo. O grupo pretendia apostar “na preservação e na valorização da área classificada” e também na implementação de “um negócio do ramo imobiliário”.
Já na Guarda Nova, as instalações da antiga Upla- Fábrica Universal de Plásticos foram a leilão entre Novembro do ano passado e Janeiro deste ano. Neste caso, o JORNAL DE LEIRIA apurou que existem interessados na aquisição do espaço “para dar um novo rumo à zona”.