A entrada em consulta pública da expansão da exploração avícola da Quinta de D. Dinis, propriedade da empresa Meigal, está a ser motivo de discussão na União de Freguesias de Monte Redondo e Carreira (concelho de Leiria).
Segundo os documentos em consulta, o promotor deste empreendimento pretende aumentar a sua produção de aves, de cerca de 40 mil, para 767 mil a cada 40 dias (por ciclo), tornando-se numa das maiores produtoras avícolas da região.
Vários moradores contestaram o impacto deste investimento, em termos ambientais, de salubridade e de odores nas redes sociais e na página de Facebook da união de freguesias.
Por exemplo, segundo os documentos para consulta, o consumo anual de água será de 35.731 m3 e 800 mil kWh electricidade, com a produção anual de 614 m3 de efluente pecuário e 4.500 toneladas de estrume por ano.
Céline Gaspar, a presidente da junta, explicou ao JORNAL DE LEIRIA que este órgão vai ajudar os cidadãos a esclarecer dúvidas e a submeter a sua opinião no portal Participa, no Dia da Junta Aberta a 25 de Janeiro, das 9 às 13 horas.
A autarca garante ainda que solicitou pessoalmente a responsáveis da Meigal que seja realizada uma sessão de esclarecimento à população.
Para já, a união de freguesias emitiu um parecer, que, por força da lei, não é vinculativo, onde, baseado no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) defende que, “caso o empreendimento avance, a população seja defendida ao máximo possível”.
Céline Gaspar recorda ainda que a união de freguesias apenas tomou conhecimento da verdadeira natureza do investimento pelo portal Participa e só depois a Câmara de Leiria enviou um edital.
“Os receios são, essencialmente, de cariz ambiental. A população está preocupada com os maus cheiros, com as moscas e com o impacto nas linhas de água”, diz a presidente da Junta, relacionando os receios com o que os cidadãos têm visto acontecer com o espalhamento e descargas de efluentes nos campos do Lis.
“Neste momento, nenhum aviário no território da freguesia é da Meigal”, diz, sublinhando que, dada a “dimensão do investimento”, será improvável que o promotor do empreendimento venha a agir como “fazem algumas empresas de menor tamanho”.
“É um projecto gigante”, resume e garante que, no parecer da junta, se quis salvaguardar a posição da população, para que “a empresa trate de tudo devidamente”.
“O nosso parecer sugere medidas concretas para minimizar os impactos nos recursos hídricos, na floresta e quanto ao ruído, entre outros temas. Também são definidas propostas de contrapartidas para a população.”
Esta autarquia local solicitou ainda o acompanhamento do empreendimento por representantes da junta e da assembleia de freguesia e por cidadãos, em especial, líderes de opinião locais, para que, no caso de mudança de executivo, o tema continue a ser tratado.
O JORNAL DE LEIRIA tentou um comentário da parte da Meigal, mas, até ao fecho da edição, não obteve resposta.