Europa de um lado, Estados Unidos do outro. A rivalidade, sobretudo quando falamos de desporto, é antiga. A Ryder Cup, no golfe, é disso exemplo, num espectáculo que agora se pretende ver replicado no atletismo.
Foi assim que surgiu o The Match, cuja primeira edição irá ter lugar a 9 e 10 de Setembro, em Minsk. Quatro atletas de cada bloco, nas várias disciplinas da modalidade, irão competir entre si. As únicas portuguesas que estarão na capital bielorrussa serão Irina Rodrigues e Patrícia Mamona, esta no triplo salto.
A lançadora de disco de Leiria, de 28 anos, admite ter ficado “espantada” quando recebeu o e-mail da Federação Portuguesa de Atletismo a dizer que tinha sido convocada para estar presente no confronto de titãs.
“Para ser seleccionada tinha de estar numa boa posição do ranking. Fui ver e estava mesmo bem”, sublinha. De tal forma que à frente de Irina Rodrigues estão apenas alemãs e croatas.
“Falei com o meu treinador – Júlio Cirino da Rocha – para perceber se estava interessado na minha participação. Ele disse que sim, que era uma grande honra representar a Europa. Para mim também é, e fiquei muito entusiasmada por ser em Minsk. Tive pena de não poder estar nos Jogos Europeus, mas a minha disciplina não foi uma das escolhidas. Não fui então, mas vou agora”, diz a atleta olímpica.
Trata-se, pois, de “um momento muito alto” na carreira da sportinguista. “Estar lá, ainda por cima com as cores da Europa, é algo que não imaginava ser possível. No fundo, vou também [LER_MAIS] estar a representar Portugal na competição. É uma honra que não tem explicação e ainda estou à espera de entrar naquele estádio para ter a certeza que não é um sonho.”
A temporada já vai longa e ainda falta mais de um mês para terminar. Habitualmente, os Mundiais são no início de Agosto, mas a opção pelo tórrido Qatar para a realização da edição deste ano chutou as provas para fins de Setembro e princípios de Outubro, o que tem sido uma dor de cabeça para os atletas.
Precisam de prolongar o treino – e sobretudo a forma – por mais dois meses. Até por isso, estar no restrito lote que vai competir no The Match é motivo de regozijo.
“Numa fase em que já estávamos desesperados, porque íamos estar dois meses sem competir, aparecer uma competição deste tamanho acabou por ser um oásis no meio do deserto. É uma preparação muito estranha, dou por mim saturada de treinar. Não é por ver que toda a gente está na praia, é porque já sinto alguma fadiga física e mental. Às vezes é difícil de lutar contra isso.”
Por isso, o encontro entre Europa e Estados Unidos “acaba por ser um bom teste” para o Mundial. Em Minsk, o meu objectivo vai passar por avaliar a minha atitude numa grande competição. Se estiver bem dar-me-á confiança para também estar bem em Outubro, no Qatar.” A prova de Irina Rodrigues está marcada para dia 9 de Setembro, às 18:07 horas portuguesas.