O ISLA – Instituto Superior de Gestão e Administração de Leiria viu a sua acreditação ser recusada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).
A direcção da escola avisa que vai recorrer da decisão e pede tempo para adoptar as recomendações que lhe foram dirigidas. Segundo o documento do Conselho de Administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, em Outubro, foi decidido “não acreditar a instituição, em concordância com a fundamentação e a recomendação da Comissão de Avaliação Externa” (CAE).
Na base da decisão estão factos “preocupantes”.
O relatório refere que o ISLA não possui um corpo docente próprio, tendo “apenas quatro” professores a tempo inteiro, não tem nenhum professor com o Título de Especialista e “não é evidente a existência de uma política de recrutamento de docentes”.
O mesmo documento aponta ainda “dificuldades fortes na captação de alunos”, “elevadas (e preocupantes) taxas de insucesso, retenção e abandono das ofertas formativas” e “sérias debilidades na “investigação orientada, desenvolvimento tecnológico, formação avançada, prestação de serviços à comunidade e colaboração nacional e internacional”, além de que “a produção científica do corpo docente é fraca”.
O presidente da A3ES, Alberto Amaral, explica que face a esta decisão que evidencia a “incapacidade” do ISLA, o estabelecimento de ensino superior politécnico privado não poderá “continuar a oferecer ciclos de estudos conducentes à atribuição de um grau académico e a receber estudantes para esses cursos, a partir do momento em que foi comunicada à instituição essa decisão”.
O responsável garante, contudo, que os “actuais alunos têm assegurada a possibilidade legal de concluir os respectivos cursos”, o que pode “ocorrer na própria instituição que frequentam presentemente, se a mesma reunir condições para o efeito, ou noutra instituição de ensino superior que ministre cursos análogos, para a qual poderão ser transferidos”.
Paula Figueiredo, directora do ISLA Leiria, afirma que o departamento jurídico está com o processo para preparar o recurso da decisão, até porque a instituição já colocou em curso um “conjunto de medidas e uma estratégia”, tendo em conta as recomendações de que lhe foram sugeridas. Mas, para isso, a responsável sublinha que necessita de tempo.
Além disso, insiste, “a avaliação foi feita em Julho com base numa auto-avaliação de anos anteriores e a maioria das coisas estão a ser rectificadas, mas este é um processo que leva tempo”.
Paula Figueiredo reforça que a avaliação “não reflecte a realidade actual do ISLA”.