O voluntariado sempre fez parte da vida de Andreia Silva. Começou no grupo de jovens da sua paróquia, em Serro Ventoso, Porto de Mós. Continuou depois enquanto estudante do ensino superior e mais tarde no Quénia, onde esteve quase dois anos a trabalhar na área da inclusão e do desenvolvimento comunitário. Presentemente, está em Fortaleza, integrada numa organização que apoia especialmente crianças, mulheres e agricultores, procurando “minimizar” os efeitos das alterações climáticas.
“Trabalhamos numa zona semi-árida. Procuramos, através dos projectos que desenvolvemos e apoiamos, capacitar as comunidades locais para uma melhor adaptação ao ambiente que as rodeia”, conta Andreia Silva, de 33 anos, formada em terapia ocupacional com especialização em comunicação acessível.
O bichinho pelo voluntariado internacional foi-lhe transmitido por um médico que conheceu durante uma viagem de mochila às costas que fez pelo sudoeste asiático, que incluiu passagens pelo Nepal, Cambodja e Índia. “Deu-me a conhecer o projecto que integrava na área do apoio humanitário e desenvolvimento comunitário. Percebi que era isso que queria fazer.”
Depois dessa experiência, Andreia Silva começou a pesquisar programas de voluntariado e a fazer candidaturas. Acabou seleccionada para um projecto na área da inclusão e deficiência no Quénia. Através da organização MTÜ Mondo, da Estónia, foi colocada numa instituição queniana (WEFOCO). Trabalhou numa escola para crianças com deficiência física e intelectual e numa residência que acolhia meninos e meninas com paralisia cerebral. Também deu formação a pais, cuidadores e professores que lidavam com essas crianças e desenvolveu acções de sensibilização para os direitos das pessoas com deficiência, em especial, dos mais novos.
Seguiu-se um segundo projecto no Quénia, numa zona próxima da fronteira com o Uganda, focado na igualdade de género e na luta contra a violência sobre as mulheres. “Foram, tanta uma como outra, experiências muito desafiantes e que me trouxeram um grande crescimento pessoal. O contacto com realidades tão diferentes da nossa abre-nos horizontes”, afiança Andreia Silva. Em Março deste ano, rumou ao Brasil, mais propriamente a Fortaleza. Está a colaborar com a organização WeWorld na área da gestão e monitorização de projectos.
“Não estou tanto no terreno, porque queria também ter essa experiência de backoffice. Trabalho essencialmente no apoio a organizações locais no desenvolvimento de programadas comunitários”, explica a jovem, confessando que gostava de continuar envolvida em programas internacionais de voluntariado. “Nunca penso no próximo projecto, mas sei que é aqui que me sinto como peixe na água.”