Estudar e reflectir sobre o património religioso da região e desenvolver uma proposta de programa museológico “inovador” para a sua salvaguarda e fruição são os principais objectivos do Laboratório de Arte Religiosa de Leiria-Fátima.
O projecto resulta de uma parceria entre o município da capital de distrito e a diocese e envolve uma equipa multidisciplinar especializada, com técnicos de ambas as instituições, mas também urbanistas, arquitectos e académicos das áreas da história e património cultural.
No âmbito da actividade do laboratório foi já realizada uma residência artística, que culminou com a produção da exposição O clamor da ruína – que futuro para o antigo Seminário de Leiria, patente na Igreja de São Pedro (ao lado da PSP), até final de Novembro, e de um livro, intitulado Leiria Sacra: Identidade, Património, Museologia, cuja apresentação acontecerá este domingo, dia 13 (ver caixa).
Está também constituído um grupo de trabalho multidisciplinar, do qual fazem parte, entre outros, Ana Bonifácio (arquitecta e investigadora), Anabela Graça (vereadora da Cultura da Câmara de Leiria), António Moreira de Figueiredo (arquitecto), Armindo Janeiro (padre e vigário-geral da Diocese de Leiria-Fátima), Catarina Mateus (coordenadora do m|i|mo – Museu de Imagem de Leiria), Marco Daniel Duarte (director do Departamento de Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima), Sara Marques da Cruz (investigadora) e Vânia Carvalho (arqueóloga).
Segundo explicou a vereadora durante a inauguração daquela exposição, esta equipa irá “trabalhar e reflectir” sobre vários temas para que, “olhando para o passado – o património cultural, o vasto historial de projectos e parcerias já desenvolvido e o contexto museológico – promova as bases para a definição de um projecto [de museu] inovador, com ambição cultural, dimensão comunitária e um espírito verdadeiramente colaborativo e cívico”.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, Anabela Graça avança que a ideia é que esse museu fique “potencialmente sediado no edifício do antigo Seminário de Leiria [localizado na rua Tenente Valadim, onde também funcionou o antigo Distrito de Recrutamento Militar], cuja reabilitação está em discussão”.
A vereadora sublinha que se pretende que este seja um projecto “construído em rede, com contributos de especialistas e da comunidade”. Porque, alega a autarca, “a arte e o património religioso, de grande riqueza na nossa região e profundamente enraizada na nossa cultura, não pertence apenas aos lugares de culto, às igrejas, aos arquivos ou aos museus. Pertence às pessoas, vive nas comunidades, respira na fé, nas memórias e nas práticas religiosas do quotidiano”.