O Município de Leiria gasta, anualmente, cerca de 4,7 milhões de euros na aquisição de água, mas 37% perde-se, sobretudo, devido a rupturas na rede. São, assim, perto de 1,7 milhões de euros que se desperdiçam.
A autarquia reconhece o problema e garante que está a tomar medidas para o combater, com investimento na renovação da rede, que “é a maior do País”, totalizando perto de 1800 quilómetros de condutas, muitas delas com dezenas de anos.
O assunto foi debatido na última reunião de câmara, onde foi aprovado o orçamento dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) para o próximo ano, com o voto contra dos vereadores do PSD, que defendem mais investimento para combater o problema das perdas de água.
“Há oito anos, as perdas cifravam- se em 42%. Agora, estão em 37%. O sistema só conseguiu uma melhoria de 5%, o que é manifestamente pouco”, afirmou Daniel Marques, eleito do PSD, lamentando que o problema “continue adiado”.
O vereador considera[LER_MAIS], por isso, “fundamental” que seja elaborado “um plano para a redução das perdas, com objectivos programáticos”.
Em resposta, Ricardo Santos, um dos vereadores que tutela os SMAS, reconheceu que o valor das perdas “não é aquele que se deseja”, mas assegurou que os investimentos já executados e em curso terão reflexos na diminuição das perdas.
A título de exemplo, referiu as obras de renovação da rede da Maceira, em execução. “Há outras zonas críticas do concelho, onde temos de substituir redes”, assumiu o autarca.
Ricardo Santos reconheceu outra das fragilidades do sistema e que se prende com o facto de “muitos edifícios não estarem ligados” à rede, apesar de terem disponibilidade do serviço.
De acordo com dados facultados pela Câmara ao JORNAL DE LEIRA, no concelho existem dez mil alojamentos nessas condições, sendo que, ao nível do saneamento, o número é ainda maior: 14 mil.
Segundo Ricardo Santos, no próximo ano os SMAS pretendem “reforçar a taxa de adesão”, que “não é uma opção mas uma obrigação legal, se existir rede pública a menos de 20 metros do limite da propriedade”.
Nesse sentido, prevê-se uma intensificação da “fiscalização da obrigatoriedade de ligação”, bem como “a sensibilização da população para os problemas de qualidade das origens alternativas, ainda bastante usadas, nomeadamente furos e poços”, informa a autarquia.