O incêndio que, ao final da manhã, deflagrou na Compogal, empresa de transformação de materiais plásticos localizada na Gândara dos Olivais, em Leiria, está em fase de “resolução”.
Segundo o vereador Luís Lopes, que tutela o pelouro da Protecção Civil, foram já iniciados os trabalhos de rescaldo e de “verificação da infra-estrutura”, para perceber se “há algum risco de queda”.
O autarca confirma ainda a retirada, “por precaução”, das cerca de 70 crianças que frequentam o jardim de infância de Gândara dos Olivais, localizado junto à fábrica. Os alunos e os colaborares do estabelecimento de ensino foram encaminhados para um edifício nas imediações. “Estão todos bem e em segurança”, afiança o vereador, referindo que também os moradores dos prédios contíguos à fábrica foram aconselhados a sair de casa, devido ao fumo intenso que se fez sentir.
O fogo começou pelas 11:50 horas na parte “tardoz” da fábrica e teve uma propagação “muito rápida devido aos produtos existentes, plásticos e reagentes”, explica o responsável da Protecção Civil, adiantando que o incêndio “ficou circunscrito à parte de trás da fábrica” , onde está a “linha de produção”, cuja “operacionalidade está comprometida”.
Para o local, foram mobilizadas mais de seis dezenas de bombeiros, apoiados por 26 veículos, de várias corporações da região. “Foi necessário um reforço de meios para podermos revesar as equipas, dado que este é um incêndio que obriga a um grande esforço físico”, salienta o vereador Luís Lopes.
A viver paredes meias com a fábrica, Paula Martins confessa que viveu “um grande susto”. A moradora, que não estava em casa quando o fogo começou, conta que soube da ocorrência por uma vizinha a quem telefonou quando se apercebeu do fumo naquela zona. “Ela disse-me que a fábrica estava a arder. Vim a correr, porque, como faço parte de uma associação de animais, tinha vários cães e gatos em minha casa”, revela, referindo que retirou os animais em segurança com ajuda de amigos.
Sobre a proximidade da fábrica às casas, Paula Martins assume que é “muito perigoso”, mas, reconhece, a “fábrica já existe há uma vida”. As habitações “vieram depois”. “Quando nos mudamos, já sabíamos os riscos, mas estamos sempre com o coração nas mãos”, confessa.
Reconhecendo a “complexidade” da situação, motivada pelo crescimento urbanístico em torno da fábrica, o vereador da Protecção Civil diz que a empresa tem feito “um esforço de aumentar o nível de segurança” e de “reduzir” o ruído. “É uma fábrica que já está aqui há muitos. A parte urbanística foi crescendo à volta. Há algumas zonas de distanciamento, mas é complexo gerir algo que foi crescendo, com a empresa confinada entre uma área urbana”, assume o autarca.
Segundo o vereador, existe intenção da empresa em arranjar um local alternativo, mas “não é assim tão simples encontrar um espaço desta dimensão e mudar toda a fábrica.
De acordo com informação disponível no seu site, a Compogal Indústria de Polímeros, SA, foi constituída em 1987 e dedica-se à transformação de materiais plásticos.