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O músico Daniel Bernardes vai continuar a coordenar a Leiria Cidade Criativa da Música Unesco, por decisão do município, que também pretende manter toda a restante equipa de curadores, segundo a vereadora Anabela Graça, que confirma o acordo com o escritor Luís Osório para dirigir um ciclo de conversas em que os primeiros convidados são Manuel Sobrinho Simões (médico e investigador) e Luís Portela (presidente da Fundação Bial).
No ano passado, pela primeira vez, a Câmara de Leiria anunciou a contratação de curadores para a programação cultural de iniciativa do município, cujo trabalho vai prolongar-se em 2023, com Daniel Bernardes na Leiria Cidade Criativa da Música, Luís Filipe Castro Mendes (antigo ministro da Cultura) no festival de poesia Ronda, Bruno Carnide e Cátia Biscaia no m|i|mo – museu da imagem em movimento (cinema e vídeo arte) e Adélio Amaro (presidente do Cepae – Centro de Património da Estremadura) na cultura popular.
A continuidade de Gui Garrido – que, no castelo, assumiu a curadoria do Ágora, um projecto da cooperativa Ccer Mais – é desejada, mas, segundo Anabela Graça, depende de uma reunião entre as duas partes.
Por outro lado, quando estiver concluída a obra da Villa Portela, adjudicada em Janeiro de 2022 com prazo de execução de 540 dias, a vereadora com o pelouro da cultura na Câmara de Leiria admite a indicação de mais uma pessoa, especializada em arte contemporânea, também para assegurar funções de curadoria.
No balanço dos primeiros meses de trabalho suportado numa equipa de curadores, que considera “positivo”, Anabela Graça vê “uma qualificação ao nível da programação”, que, na opinião da autarca, “deve ser feita por quem sabe”, ou seja, “especialistas”, sobretudo em “áreas muito específicas que exigem conhecimento”. E salienta que o modelo está previsto no Plano Estratégico Municipal da Cultura para o concelho de Leiria.
Em 2022, destaca-se, por exemplo, o lançamento do primeiro Festival Leiria Cidade Criativa da Música, a inauguração do espaço Mimo Video Art, a presença de Sérgio Godinho no Ágora que abriu pela primeira vez as cisternas do castelo a instalações artísticas, a segunda edição das jornadas internacionais de etnografia ou a presença de Manuel Alegre e Nuno Júdice no Ronda Leiria Poetry Festival.
A colaboração a prestar por Luís Osório, embora não com o mesmo estatuto, inscreve-se no objectivo de valorização dos “fóruns na construção da cidadania”.
No sector da cultura, além da adaptação da Villa Portela, outra obra importante já a decorrer é a que visa instalar uma plataforma de criação artística nos pisos inferiores do antigo paço episcopal (sob a Loja do Cidadão). Adjudicada em Maio, tem prazo de execução de 360 dias.
Segundo Anabela Graça, em 2023 a Câmara de Leiria quer “continuar a apostar na programação no castelo” e a vereadora elogia o projecto Ágora, da Ccer Mais, dirigido por Gui Garrido, que classifica como “diferenciador”, até “a nível nacional”, por ter conseguido “grande adesão do público” através de uma oferta “direccionada para famílias”, um foco que a autarquia pretende aprofundar.
Também em 2023, acrescenta a autarca, as escolas vão ligar-se ao Leiria Film Fest (que tem direcção artística de Cátia Biscaia e Bruno Carnide) e o festival Ronda será “um grande momento de envolvimento da comunidade”, em que Luís Filipe Castro Mendes já está a trabalhar.
Tudo isto num ano em que Anabela Graça conta com a “melhoria da qualidade da programação” dos teatros municipais.
