O procedimento de mobilidade interna aberto pela Câmara Municipal de Leiria visa recrutar um técnico superior para a área de programação cultural. E o candidato melhor classificado, até agora, é Ovídio de Sousa Vieira, ex-director do Teatro Diogo Bernardes, actualmente, funcionário da Câmara Municipal de Ponte de Lima, vila onde já actuaram, por exemplo, Surma, First Breath After Coma e Labaq, da editora leiriense Omnichord Records.
Nada está decidido, porque o prazo para os candidatos se pronunciarem sobre o projecto de classificação final ainda decorre.
Entretanto, as mudanças na cultura vão mais além: Celeste Afonso, que coordena as actividades Leiria Cidade Criativa da Música Unesco, sai no próximo mês de Agosto.
O júri do procedimento para contratação de um programador cultural pelo Município de Leiria, em nomeação definitiva por tempo indeterminado, na sequência de despacho publicado a 26 de Março deste ano, deliberou, numa reunião a 16 de Abril, excluir duas candidatas. Uma delas por não ter comparecido à entrevista profissional de selecção, a outra por não preencher os requisitos de admissão. Deliberou, também, atribuir 18,66 valores a Ovídio de Sousa Vieira e 12 valores a Karina Martins Ferreira, únicos candidatos admitidos e sujeitos a entrevista profissional de selecção.
Ovídio de Sousa Vieira realça que a decisão não está fechada e depende, por outro lado, de aceitação pelo Município de Ponte de Lima, mas reconhece que Leiria se afigura como desafio estimulante para quem está “a precisar de mudar de ares” e procura “um projecto novo”. Do Minho, vê uma “cidade simpática” com uma “rede museológica bastante agradável”, “referências na música” e “uma boa academia de dança”.
Se o cenário se confirmar, deverá exercer funções desde logo, no Castelo de Leiria, que depois das obras dispõe de um pequeno anfiteatro ao ar livre e tem na Igreja da Pena um espaço interior e coberto capaz de acolher eventos artísticos e não só.
Mudanças na Cidade Criativa
Entretanto, no próximo mês de Agosto, Celeste Afonso vai deixar a coordenação da Cidade Criativa da Música, uma designação atribuída pela Unesco que além de Leiria, em Portugal, só contempla Idanha-a-Nova e Amarante.

Celeste Afonso – que está em Leiria desde 2018 e anteriormente liderou o processo de reconhecimento de Óbidos como Cidade Criativa da Literatura, também na rede Unesco – diz ao JORNAL DE LEIRIA que sai porque o fim do período de mobilidade (pertence aos quadros do Ministério da Educação) a impede de continuar.
Deverá manter-se no conselho estratégico da Rede Cultura 2027, que está a preparar a candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura.