A construção de uma nova travessia sobre a A19, entre os nós das designadas estradas da Marinha (EN242) e da Figueira da Foz (EN109), a duplicação da EN242 entre o nó da A8, na Barosa e o Bairruivo, e a execução do troço norte da circular externa de Leiria, ligando a Barosa, a rotunda do Falcão, a Cova das Faias e a A1, são alguns dos investimentos que o Município de Leiria quer incluir no pacote de obras a executar no âmbito da linha da alta velocidade (LAV).
Entre os investimentos reclamados pela câmara, está também a transformação do troço da Linha do Oeste (LO) a desactivar com a construção da LAV (ver imagem) numa via exclusiva para modos suaves de mobilidade e transporte público eléctrico e a criação de uma “ligação curta” entre futura estação ferroviária, na Barosa, e a actual.
Para Gonçalo Lopes, presidente da câmara, estes investimentos são “essenciais para mitigar os impactos negativos da perda de uma estação urbana, para garantir que a solução seja funcional e eficiente” e para maximizar o investimento na LAV.
“Sem estas infra-estruturas, corremos o risco de criar uma estação desarticulada e sem impacto na região”, afirmou o autarca, na conferência Alta Velocidade, o factor-chave da mobilidade, promovida pelo jornal Região de Leiria.
Também Carlos Fernandes, vice-presidente da InfraEstruturas de Portugal, reconheceu a importância de haver “um bom pacote de acessibilidades”, manifestando-se convicto que será possível chegar a acordo para a melhor solução possível.
O responsável frisou ainda o papel que a LO terá como “complemento” à LAV, garantindo que a modernização e electrificação do troço entre Caldas da Rainha e Louriçal será uma realidade, com uma intervenção “mais ambiciosa” do que aquela que está em execução no troço a sul, permitindo aumentar a velocidade de circulação para 160 quilómetros por hora (passageiros) e 120 km/h (mercadorias).
Segundo Carlos Fernandes, o projecto da LO no troço Norte contempla ainda a supressão das 50 passagens de nível, a instalação de sinalização electrónica, a requalificação das estações e apeadeiros e “um novo interface rodo-ferroviário na Marinha Grande”.
Para o secretário de Estado das InfraEstruturas, Hugo Espírito Santo, os investimentos previstos farão de “Leiria uma das cidades que mais beneficiará da LAV”. Mas, frisa, têm de ser “complementados em termos locais e regionais”, com investimento das autarquias e das comunidades intermunicipais