Depois de cumprir duas voltas a Portugal continental em bicicleta, Pedro Gil, residente em Leiria, vai agora descobrir os Açores em duas rodas. O objectivo mantém-se: dar a conhecer o País e promover o uso da bicicleta.
Esta nova etapa do projecto Pedalar pela Fronteira, surgido durante a pandemia, começa este domingo, dia 17, em Santa Maria, e, se tudo correr como o previsto, terminará a 5 de Outubro, na ilha do Faial. Sempre a pedalar pela costa do arquipélago.
“Quantos quilómetros? Não faço ideia. Só no final conseguirei contabilizar”, assume Pedro Gil, que aponta a falta de informação e de percursos cicláveis definidos com a principal dificuldade com que se tem debatido na preparação da viagem.
Para contornar esse obstáculo, está a socorrer-se do apoio de associações/grupos de ciclistas e de “muita pesquisa” por conta própria. “Não é fácil, porque a maioria das ilhas não tem informação sobre percursos. Exige um grande trabalho de pesquisa, com muitos contactos”, acrescenta Pedro Gil, que irá disponibilizar a informação agora recolhida para que “sirva no futuro” a quem queira ter a experiência de viajar de bicicleta nos Açores.
A par da falta de informação, Pedro Gil debateu-se ainda com “questões logísticas” relacionadas com o transporte da bicicleta e com as viagens entre ilhas. O primeiro constrangimento será ultrapassado com a “solidariedade” dos açorianos, através do empréstimo de bicicletas, que já está assegurado em quase todas as ilhas. “Levar a minha obrigava a uma logística grande”, alega.
Nas deslocações entre ilhas, Pedro Gil irá privilegiar, sempre que possível, o barco. Também nesta área as dificuldades foram maiores do que o esperado. “Pensava que era mais fácil. Em algumas ilhas não há barcos todos os dias. Pelo que, terei também de usar o avião, para não atrasar a viagem.”
O projecto Pedalar pela Fronteira começou em 2021, quando Pedro Gil, comercial do ramo do material eléctrico, fez cerca de 1.500 quilómetros, ligando Moledo e Vila Real de Santo António, sempre pelo inteirior e ao longo da fronteira com Espanha. No ano passado, voltou a unir estes dois pontos, mas junto da costa. As duas experiências foram, já este ano, documentadas na exposição “Limites de Portugal Continental em Aguarelas”, que reuniu mais de uma centena de aguarelas.