Aproximar os livros de potenciais leitores e, dessa forma, incentivar a leitura, é o principal objectivo do projecto Ler é Poder, que pretende levar mini-bibliotecas a empresas de Ourém e dos concelhos vizinhos.
A ideia partiu de Sílvia Ribeiro, professora de Português, na sequência da pós- -graduação que fez em mediação da leitura, e conta já com uma empresa aderente e várias interessadas.
“É uma super-ideia. Com uma iniciativa tão simples, plantamos sementes de conhecimento para as gerações futuras”, afirma Michelle Rios, responsável de comunicação da Interlog Group, empresa francesa instalada na zona industrial de Ourém e que foi a primeira a integrar o projecto.
A representante da Interlog conta que a empresa tinha já uma pequena estante com livros, disponível na zona de estar do refeitório, mas a oferta era “limitada”. Agora, “há mais diversidade”, com os livros da mini-biblioteca a serem mudados de mês a mês, uma tarefa a cargo da promotora da inicitiva, que assume também a missão de angariar as obras a disponibilizar.
Para tal, Sílvia Ribeiro socorre-se da sua biblioteca pessoal, mas também da colaboração de familiares e amigos. “Estou ainda contactar editoras e escritores e o feedback tem sido positivo. Nas redes sociais, há também pessoas a disponibilizarem-se para cederem livros ao projecto”, conta a professora, que gostaria de, numa primeira fase, chegar a 15 empresas da região, abrangendo os concelhos de Ourém, Batalha, Tomar e Alcanena.
No caso da Interlog, a mini-biblioteca foi instalada há cerca de três semanas e o balanço é “muito positivo”. “As pessoas têm levado livros, não só para si, mas também para os filhos, já que estão incluídas publicações infantis”, realça Catarina Freitas, especialista em criação visual e comunicações da empresa, que trabalha no ramo da logística.
Além da requisição de livros, o projecto propõe aos participantes alguns desafios. Há, por exemplo, um livro surpresa, embrulhado em papel, com apenas um parágrafo sobre a obra em causa. “Já houve alguém que se aventurou e, sem saber de que livro se tratava, o requisitou”, revela Michelle Rios, que espera que o projecto se multiplique.
“Todos os esforços para promover a leitura são bem-vindos”, acrescenta Catarina Freitas. Esse foi, aliás, o mote para o projecto, que Sílvia Ribeiro montou depois de concluir a pós-graduação em mediação de leitura, que a fez estudar e pesquisar sobre esta temática.
“Comparando com outros países, temos índices de leitura muito baixas”, refere a docente, reconhecendo que “há vários factores” a contribuir para essa realidade, “nomeadamente de ordem financeira, mas também a falta de tempo para recorrer às bibliotecas públicas”. Uma das soluções, defende, passa por “levar os livros para perto das pessoas e ao local onde passam mais tempo, o emprego”.
Para beneficiar de uma mini-biblioteca Ler é poder, as empresas devem ter, pelo menos, 20 colaboradores e podem manifestar o seu interesse através de email (projetolerepoder@ gmail.com).