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Home Opinião

Letras | David Teles Ferreira (2021), Nariz de mulher, focinho de cão, cu de gente

Cristina Nobre, professora do ensino superior por Cristina Nobre, professora do ensino superior
Novembro 6, 2021
em Opinião
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Quando, em 2019, escrevi sobre o livro de poemas, anti bucólicos, e o intitulei ‘o fim da ingenuidade’, estava longe de imaginar que o autor nos iria surpreender com este novo romance, mistura de ‘realismo mágico’, narrativa contada em 43 capítulos por um narrador participante e a escrever a sua autobiografia insólita e delirante.

O eu-narrador, um homem de meia-idade, a viver sozinho num prédio, e empregado num escritório, ‘trabalho de produção de inutilidades’, começa a voar e – a partir daí – tudo muda: o lugar das coisas, a forma como vê as personagens que com ele contracenam, as paisagens, os sonhos/pesadelos. Nunca perde a lucidez de raciocínio, nem as dúvidas – não é um louco… – e conclui, para descanso da sua timidez/misantropia: “Curiosamente, ou talvez não, ninguém parecia verme. Era como se eu estivesse invisível.” (opus cit., p. 9).

Será o relacionamento com os outros a dar-lhe alguma resposta para as suas muitas perguntas e inquietações. Assim com Alberto, o sem-abrigo, que parece ser o único a ter um vislumbre da estranheza/nova capacidade. Assim com Zé Manel, que tinha paralisia cerebral e andava numa cadeira de rodas, ou o Senhor Armindo, dono do quiosque de jornais e conhecedor das vidas íntimas da vizinhança; o Senhor Elias, da mercearia e padeiro; Nelo, o gago dos solilóquios; Alcina, a vidente; Rosália, a puta virgem, que acaba por casar com Rui, mais jovem e ajudante de oficina; Júlio, dono da oficina, setentão e sabedor de como se desenvencilhar das rixas idiotas; D. Etelvina e os amargos da sua solidão; as três Graças (idosas com mais de oitenta anos); o Senhor Plínio, senhorio do narrador; D. Lurdes, dona da pastelaria; Vanessa, a funcionária; Sr.ª D. Maria Hermengarda Pires Fonseca de Sousa Albuquerque e Alcaravela, a beata; Horácio e Maria Helena, os eternos namorados; D. Mariete, a fresca viúva cinquentona; a velha tia Rachel, participante na oposição clandestina; Bazaruco, vendedor de estatuetas de santos. Personagens fantásticas do quotidiano…

O primeiro indício de mudança será na p. 22, quando Alcina diz ao narrador: “– Não perguntes porque voas, mas o que voar pode provocar em ti.” Efetivamente, na sua invisibilidade voadora, o narrador vê situações humanas que o deprimem e a solidão começa a pesar-lhe. O segundo será quando ela lhe conta a sua história e mostra como a visão do que se passa dentro das pessoas se pode tornar inquietante e dolorosa – na intertextualidade o leitor pode encontrar uma Blimunda Sete Luas/Alcina, neste hic et nunc quotidiano.

Aos poucos, o narrador irá desenvolvendo a sua relação com os vizinhos, em especial com Zé Manel e Alcina, mas voar de cada vez o deixa menos satisfeito: “Remanescia, invariavelmente, a sensação de que faltava um propósito ou um significado.” (p. 127).

Com a doença do Zé Manel, a ligação entre o narrador e Alcina aprofunda-se e transforma-se em amor; depois da morte de Zé Manel os escritos que fazia secretamente aparecem publicados em livro e são a metamorfose da vida no bairro.

A linearidade não é a norma deste romance delirante: há muitas histórias de personagens interrompidas e só a posteriori concluídas. Semeados na escrita do narrador, estão os provérbios/adágios, sabedoria popular transmitida pela avó – que fecha o ciclo com o título do romance. O quotidiano tem sempre algo de delírio…

Etiquetas: Cristina Nobre
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