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Letras | g r e g ó r i o  d u v i v i e r  – Ligue os pontos 

Jorge Vaz Dias, poeta inacabado, amante das artes e da vida em geral por Jorge Vaz Dias, poeta inacabado, amante das artes e da vida em geral
Fevereiro 19, 2021
em Opinião
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À hora que escrevo este texto, lembro que é dia de São Valentim, a dois dias do Carnaval de 2021 e sem Carnaval (mas com sotaque brasileiro “tem sempre”), por isso, adequado ao momento.

Falar-se de amor na espuma dos dias, vindo do outro lado do Atlântico e naquele jeito balançado que só no Brasil se consegue, já nos acalma os temores que advêm destes tempos estranhos e nos banham suavemente a epiderme.

Mas Gregório Duvivier vai mais longe. 

Um dos maiores responsáveis pelo sucesso do canal Porta dos Fundos, o actor tem revelado grande habilidade em transformar a tragicomédia da vida contemporânea numa provocadora onda de trejeitos e falta de jeito que misturam absurdo e realidade.

Além da prosa humorística, o tratamento lúdico das palavras pode render poesia de qualidade.

Acaba por fazer da superfície a porta de entrada para os sentimentos quase pueris ou momentos insignificantes do quotidiano em pequenas odes de amor. 

“Imagine um réveillon fora
de época é você uma terça-feira de Carnaval
em plena sexta-feira da paixão e minha
paixão é um sábado que não termina nunca.”

Quase se assume um coach do amor, fazendo em simultâneo pouco de si próprio e até da forma como podia melhor se expressar. Indaga o mistério da criação, as palavras e suas relações inesperadas, a experiência do amor vivido enfim como adulto, a transmutação de tudo: a constelação de poemas de Ligue os pontos revela uma dicção marcadamente individual, que seduz e extrai do quotidiano imagens de desconcertante beleza.

“A Avenida Niemeyer 
se esgueira 
na beira do abismo atlântico […]
mergulhando 
de barriga 
no oceano 
como 
um 
martim-pescador 
obeso.”

A comédia que domina também lhe traz compasso para fazer poesia descomprometida. Ri de si próprio e vai atrás do prejuízo, seja na secção dos lacticínios ou outra secção/situação qualquer. Tudo é de simples utilização e daí ao mais profundo sentimento existencialista e emocional. 

“Querer tudo é não querer nada […] 
se o leite desnatado por acaso caísse
da sua mão no chão da seção de laticínios
bastava para eu enxugar o piso encharcado
de batavo e perguntar seu nome e fazer
alguma piada envolvendo a expressão chorar
pelo leite derramado e nós dois teríamos
uma longa-vida eu e você.”

No fundo, tudo o que pertence à superfície afinal não é banal. Afinal tudo fora a viagem de crescimento emocional onde se chega à terra-pele de Clarice  – Clarice Falcão namorada de então, cantora, atriz, , realizadora brasileira, etc. – e se encontra nas suas costas como no céu onde os signos traçam a eternidade, o convite a que ela também ligue os pontos e o descubra… ou ele a ela?

“Enquanto você dormia liguei
os pontos sardentos das suas
costas na esperança de […] 
algum tesouro
submerso formasse quem sabe
alguma constelação ruiva oculta
na epiderme e me deparei
com o contorno de um polígono
arbitrário que não me fornecia
metáforas não apontava direções
simplesmente dizia: você está aqui.”

 

Etiquetas: carnavalclarice falcãocríticadj cutzgregório duvivierJorge Vaz diasletrasliteraturaopiniãopoemasporta dos fundossão valentim
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