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Home Opinião

Letras | Mário Zambujal (2018), Então, boa noite. Os difíceis amores de um sedutor fora de horas  OU a ironia dos dias/noites

Cristina Nobre, professora do ensino superior por Cristina Nobre, professora do ensino superior
Abril 23, 2021
em Opinião
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Porém, a publicação do primeiro romance, Crónica dos Bons Malandros, em 1980, a sua faceta de romancista, alicerçado numa linguagem hábil e irónica, doseada com intrigas detectivescas, irá fazê-lo granjear um público considerável e fiel durante quatro décadas. Depois desse inaugural romance, conta, até 2019, com 14 títulos, se omitirmos 3 publicados em coautoria (Histórias do Fim da Rua – 1983; À Noite Logo se Vê – 1986; Fora de Mão – 2003; Primeiro as Senhoras – 2006; Já não se escrevem cartas de amor – 2008; Uma Noite Não São Dias  – 2009; Dama de Espadas – 2010; Longe é Um Bom Lugar – 2011; Cafuné – 2012; O Diário Oculto de Nora Rute – 2013; Serpentina – 2014; Talismã – 2015; Romão e Juliana – 2016; Rodopio – 2019). Observando datas, é visível que a curva da criatividade acompanha a da idade do autor, numa contradição irónica de verdades consensualmente aceites como o ‘bloquear da idade’…

A minha curiosidade recaiu sobre Então, Boa Noite, de 2018, que nos conta a risonha e caricatural intriga de Afonso Júlio, em 14 rápidos capítulos, desde que fica com as noites trocadas pelos dias, ou vice-versa, o que o vai obrigar a suspender o trabalho numa firma de advogados, e fica a conhecer os últimos – surpreendentes e quase irrealizáveis – desejos testamentários do padrinho Josué Brígido Salsa Pinto, de quem herdou a vivenda onde fixou residência, e as quotas em duas sociedades comerciais que lhe permitiram continuar a ser um bon vivant, frequentador assíduo do clube noturno Morcego. A obsessão pela noite tem sido um dos leit-motiv de Mário Zambujal, e os locais de diversão noturna – neste caso o Morcego – transformam-se em verdadeiras personagens:

Os lugares são como as pessoas. Se nos afeiçoarmos, temos prazer em estar com eles e sentimos saudades quando não nos juntamos. Às tantas, somos amigos íntimos. (opus cit., p. 31)

Relações públicas da empresa Centrípeta Lusitana, contratado e – algum tempo depois – despedido por Gastão d’Aniceto, primo em terceiro grau da filha dos sócios, Teresa Lúcia, acaba por ser um dia convocado por aquele, para colaborar no assunto do desaparecimento da herdeira. Rápido a fazer associações (e, ironicamente, a sofrer com as consequências dos reveses que estão à frente dos seus olhos e acabam por lhe cair em cima… como acontecerá, caricaturalmente, com as três namoradas-companheiras ocasionais da mansão que ocupa), Afonso Júlio fala com Valéria, a assistente pessoal de Teresa Lúcia, Xavier Ramicho, seu motorista e confidente, e Dino Nobel, amigo e colega de curso da desaparecida.

A solução acaba por ser deslindada pelos serviçais amigos, que revelam a fuga de Teresa Lúcia para não se casar com Gastão d’Aniceto, uma vez que a procuração que detinha há vários anos só continuaria válida com esse passo. É a vez de Afonso, frente a Teresa, se revelar:

Então não resisti e contei-lhe como ela ocupava os meus dias (emendei para noites) e a mágoa ao vê-la inalcançável, como uma quimera. Chegara a altura de explicar a razão pela qual, querendo-a tanto, não poderia querê-la. O problema da plasticidade dos neurónios. As noites feitas dias e os dias vividos pela noite. A consequente impossibilidade de a convidar para uma vida em comum. (opus cit., p. 140)

No fim, Afonso fica curado do seu mal, mas Teresa continua a padecer de idêntico transtorno: o casal sobreviverá à ironia dos desencontros nos dias feitos noite ou nas noites feitas dia?

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: colunaCristina Nobrecríticacrónica dos bons malandrosescritorletrasliteraturamário zambujalopinião
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