PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Letras | Os Naufrágios de Camões, de Mário Cláudio (2017)

Graça Sampaio, professora por Graça Sampaio, professora
Agosto 23, 2024
em Opinião
0
Letras | Os Naufrágios de Camões, de Mário Cláudio (2017)
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Nos 500 anos do poeta, atropelam-se as edições e reedições de biografias, estudos, artigos, antologias (re)comentadas. Que mais poderá haver para descobrir ou inventar sobre Camões depois dos aprofundados estudos de Sena, de Aguiar e Silva, de Eduardo Lourenço, de Hélder Macedo? (nomeando apenas alguns, poucos, camonistas.)

E na ficção? Não há como ignorar Os Naufrágios de Camões, romance do distinto e incansável escritor Mário Cláudio, nascido com o nome de Rui Manuel, no Porto, em 1941, onde vive apaixonado pela sua cidade.

Trata-se de uma obra algo provocatória e de grande ironia – como o são todas as deste grande autor – que tende a desconstruir a imagem heroica de Camões e da sua obra, a qual foi construída ao longo dos anos, nomeadamente nos tempos do Estado Novo.

Convida-nos o autor/narrador – o sempre “autor destas linhas” – a aceitar a hipótese de que Camões não terá sobrevivido ao naufrágio no delta Mekong e que a parte final de Os Lusíadas não terá sido escrita por ele – teoria que lhe foi aventada por Timothy Rassmunsen, neto de Tiago Veiga, personagem do seu romance de 2011. Teoria estranha que o autor/narrador não deixa de perseguir ao longo da obra.

O romance desenvolve-se em três partes regressivas no tempo: a primeira, Timothy, linguista de Chicago, também na senda de Aquilino Ribeiro sobre a rasura da parte final de Os Lusíadas pelo frade censor da epopeia, acredita que esta foi reescrita por um tal Bartolomeu Castro, capitão da nau anual da China onde se dá o naufrágio. Segue, desenfreado, o périplo do Poeta em busca de algo que prove a sua tese. Sem o alcançar e quase louco, acaba por suicidar-se.

Mas o autor/narrador deseja muito desatar este nó e na segunda parte do romance vai dar voz a Richard Francis Burton, linguista e militar vitoriano, tradutor para inglês da obra do poeta e tal como Timothy um apaixonado por Camões, continuando a busca pela verdade sobre a escrita da epopeia.

Também Richard morre sem dar solução ao caso e inicia-se a terceira parte, Ruy (nome “corrompido” do autor/narrador), embarcado como escrivão de bordo na São Lourenço, a nau anual da China em que segue Camões com os seus manuscritos, em prisão de Macau para Goa. Assistimos, pela voz de Ruy, ao naufrágio, à usurpação dos manuscritos pelo capitão da nau, à fragilidade e desaparecimento do poeta, ao regresso a Lisboa – a Lisboa dos mercadores que lhe “aparecia como um bandulho”, em que ninguém se lembrava já de Camões – onde o capitão, com grande empáfia, se fez passar pelo poeta. Mas, hélas! deu-se o desastre de Alcácer e transformou-se “a Cidade num fantasma de si”. Ruy dá conta do aparecimento pelas ruas de uma figura muito frágil, um “frágil Tirésias” que vai definhando … Quem se finava? O vero Camões ou o falso? O enigma subsiste…

Serpenteando entre a fantasia literária e a História, apoiando-se numa vasta investigação, a leitura torna-se viva e divertida. E com aquele profundo domínio da nossa Língua que carateriza a escrita deste erudito autor.

 

 

Previous Post

Música | O punk rock de Yoshitomo Nara

Próxima publicação

Velhos contentores dão vida nova a casas e alojamentos turísticos

Próxima publicação
Velhos contentores dão vida nova a casas e alojamentos turísticos

Velhos contentores dão vida nova a casas e alojamentos turísticos

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.