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Home Opinião

Literatura | O Auto de António ou a criação de um mito

Graça Sampaio, professora por Graça Sampaio, professora
Março 7, 2019
em Opinião
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Literatura | O Auto de António ou a criação de um mito
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São vinte e cinco os poemas que compõem O Auto de António, livro que o poeta Manuel Alegre escreveu em 2017, ano em que recebeu o Prémio Camões.

António é o Prior do Crato, «o último Príncipe de Avis», «…um gajo que já vinha de Alcácer Quibir/filho de filho de rei [D. Manuel I] e de uma judia/um gajo que o povo queria e que por isso/ninguém denunciou durantes meses/em que andou escondido de casa em casa/um gajo que partiu para o exílio/rei e não rei» (…) «um gajo que foi símbolo de um país que já não era…»

Dele diz o historiador António Borges Coelho na sua obra Os Filipes: «Os historiadores das diferentes gerações têm-no apoucado. Não penduraram o seu retrato na galeria dos reis. Era o rei do povo miúdo e também do povo médio, dos frades e do baixo clero e de jovens fidalgos que o serviram até ao fim.»

Não teve a doce sina de D. João, o Mestre de Avis, também ele bastardo e apoiado pelo povo e que conseguiu afastar os castelhanos do trono de Portugal, dando início à emblemática dinastia de Avis. Com o nome de Auto, não se trata, porém, de uma peça de teatro, embora dezanove dos seus poemas tenham o título de Fala de….

Cada uma destas falas ditas por personagens de nome (como é o caso da Fala de Jorge de Sena, autor da peça O Indesejado sobre o Prior do Crato, sentindo-se ele próprio Sena um indesejado em Portugal) que nos vão dizendo de António, da sua luta, da sua vida, das suas peripécias, das suas muitas mulheres, da sua vontade férrea de libertar o povo das mãos de Filipe.

Esta é uma obra que, em poucos poemas, nos transpõe não só para aquele momento nefando da História de Portugal que foi a perda da nacionalidade, mas também para o desembarque no Mindelo, para Delgado, para os paraquedistas em Quipedro, Angola, 1961, para a guerra colonial, para os exilados da ditadura, para todos os resistentes da História, (todos eles António) para a nossa constante melancolia que Filipe nunca entendeu dizendo «É preciso desterrar essa melancolia».

Obra que nos transporta para a Mensagem de Pessoa que em 44 pequenos poemas nos narra  [LER_MAIS] alegoricamente a História de Portugal. Como na Mensagem, também O Auto nos fala do génio nacional, num cruzamento entre a História e a poética, num cruzamento do tom épico com o lírico – uma alegoria.

E diz-nos o poeta: «…num país ocupado há um rei imprevisto/vencido e contudo invencido/foi ontem é hoje/…» «António é um país dentro de um nome.» «Havia nele a tristeza/de um reino amado e ausente…»

António somos todos nós – o medo, a tristeza, a melancolia. Se, como diz Pessoa, «O mito é o nada que é tudo», como não assistir ao nascimento de um outro mito, o de António, o Indesejado, quando chegamos ao fim do Auto? Só lendo!

*Professora
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: auto de antónioGraça Sampaioliteraturaopinião
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