Lixo da região ‘dá luz’ há 15 anos e já produz energia para 5.800 pessoas

Há 15 anos, que o lixo dos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós 'dá luz'. Foi a 16 de Fevereiro de 2004 que teve início o aproveitamento do biogás gerado no aterro sanitário da Valorlis, a partir dos resíduos depositados, para a produção de electricidade

Desde então, já foi gerada energia suficiente para abastecer, durante todo o ano, 1.930 famílias, correspondendo a um aglomerado de 5.800 habitantes (por exemplo, a população da freguesia de Vieira de Leiria).

De acordo com dados facultados pela empresa, desde que o biogás começou a ser captado, primeiro no aterro e, a partir de 2011, também na central de tratamento mecânico e biológico (TMB), até Dezembro de 2018, já foram produzidos 110.020 MWh (mega watts).

O valor recorde de produção de biogás e, consequentemente, de energia eléctrica, foi registado em 2014, com 16 mil MWh, gerados a partir do aterro e daquela central de valorização.

 [LER_MAIS] Segundo a empresa, “nos últimos dois anos verifica-se um peso crescente do TMB na produção de energia face ao aterro sanitário, em resultado do modelo técnico seguido, sendo que, em 2018, foi alcançado o pico de produção de energia eléctrica com origem no TMB.”

Como funciona o sistema?

Este tipo de produção energética é feita a partir do biogás. No caso da Valorlis, a sua captação ocorre por duas vias: aterro sanitário e central de tratamento mecânico e biológico. No aterro, o biogás resulta da degradação da matéria orgânica dos resíduos.

Após ser captado, dá-se a conversão do biogás em energia eléctrica através da sua utilização como combustível num moto-gerador”, energia essa que é depois “injectada na Rede Eléctrica Nacional, estando assim disponível para qualquer consumidor”, explica a Valorlis.

Por seu lado, a central de tratamento mecânico e biológico, que entrou em funcionamento em 2011, permite “a valorização da matéria orgânica [dos resíduos] através do aproveitamento energético do biogás, resultante da digestão anaeróbia”.O biogás produzido “é armazenado no gasómetro, com capacidade para 4.000 metros cúbicos, e posteriormente conduzido aos moto-geradores onde é transformado em energia eléctrica”.

A produção de energia eléctrica a partir do biogás tem “um duplo benefício ambiental”. Por um lado, frisa a Valorlis, “minimiza a emissão de gases com efeito de estufa, reduzindo o seu impacto em cerca de 20 vezes”. Por outro, “evita o consumo de combustíveis fósseis”.