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O nome é IncluJitsu e visa dar à população com deficiência a possibilidade de praticar a modalidade de ju-jitsu em Leiria. Falamos do mais recente projecto dos Lobos de Leiria, que começou como um sonho do seu mentor, Fábio Carril, e teve início na semana passada em parceria com a Oasis – Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social.
“Era algo que ambicionávamos desde o ano passado, e que finalmente foi concretizado. Nesta fase temos dois grupos distintos, o primeiro com utentes com mais limitações, e o segundo mais apto, sendo que estas primeiras sessões servem sobretudo como aulas de diagnóstico”, explica Fábio Carril.
Se a prática de actividade física por parte destes utentes não é novidade, o ju-jitsu acaba por ser um novo desafio. “As modalidades de combate são diferentes. No caso do nosso ju-jitsu, temos a vertente de defesa pessoal, ou seja, saber defender- se, prever situações de perigo e evitá-las. E adaptamos sempre os exercícios ao público-alvo”, refere o mentor, defendendo a importância do projecto para “desmistificar que os desportos de combate são perigosos ou não são adequados a toda a população”.
No total participam mais de 10 utentes, entre os 21 e os 60 anos, com incapacidade cognitiva e intelectual, síndrome de Down e um invisual. “Um desafio muito engraçado foi com este praticante. Porque a noção do espaço é totalmente diferente. Há algumas estratégias que se criam, como colocar uma aparelhagem num dos cantos da sala, para ter uma referência de som”, conta.
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Para o treinador, o ju-jitsu tem como vantagem “trabalhar todos os grupos musculares e a coordenação”, permitindo às pessoas com deficiência “melhorarem a sua qualidade de vida e as suas capacidades de autonomia”.
Apesar de o projecto estar ainda no início, Fábio revela que os utentes “ficaram com vontade de continuar”, tendo havido um utente que, após participar no primeiro grupo, pediu para regressar no dia seguinte com o segundo grupo.
“Era o mais velho e demonstrou muita vontade. Acho que vamos ter ali um competidor”, refere entre risos, não descartando a possibilidade de apostarem na competição. “Não sendo essencial, pode valorizar as pessoas”, considera o responsável, apontando como exemplo as provas nacionais e internacionais de ju-jitsu adaptado.
“Sou árbitro internacional e em 2022 fui juiz num campeonato de para-jujitsu. E na altura pensei ‘porque não Portugal levar também os seus atletas?’”, revela, adiantando que o IncluJitsu está também aberto a outras instituições.
O Lobos de Leiria é um clube de judo e ju-jitsu da Asteriscos, onde “a interacção social e a integração social são duas das coisas mais importante. É muito fácil perceber a interacção social num projecto de judo ou ju-jitsu, tal como noutros projectos que temos tido. Se promoverem também a integração social, perfeito. E o IncluJitsu vem fazer isso: juntar a integração social à interacção social que já existia”, salienta Raul Testa, presidente da Asteriscos.
Assim que terminaram as primeiras sessões, os utentes “mostraram logo um grande entusiasmo”, revela a presidente da Oasis, Maria Neves. “Eles gostam muito de desporto e adoraram a experiência. É uma oportunidade de aprenderem uma modalidade nova e estão muito felizes. Vê-los assim motiva-nos a continuar.”
A Oasis, que iniciou em 1990 como um Centro de Actividades Ocupacionais para 15 utentes, tem expandido as suas funções, acompanhando actualmente 67 utentes.
