Passaram 14 anos desde que o Centro Comercial Cristal Atrium foi inaugurado. A abertura do mercado municipal da Marinha Grande naquele edifício foi, para muitos comerciantes, o argumento principal para adquirirem loja naquele shopping.
Mas, volvidos estes anos, o espaço continua vago e os lojistas somam prejuízos. Esta foi a mensagem deixada na última reunião do executivo por Daniel Rodrigues, que, em representação dos condóminos, quis saber que destino vai dar a Câmara àquele espaço e para quando prevê que seja feita a sua inauguração.
“Os lojistas compraram os seus espaços com o compromisso da Câmara de que iria para lá o mercado municipal. Foi o grande argumento de venda da construtora do edifício”, recordou Daniel Rodrigues.
O porta-voz referiu também que “depois dapolémica, se o edifício teria ou não condições para receber o mercado, se abriria ou não abriria, em 2011 a administração foi contactada pelo então presidente, Álvaro Pereira, a dizer que iriam para lá os serviços da Conservatória.
[LER_MAIS] ”Por essa razão, acrescentou, “os condóminos votaram favoravelmente, a fim de que pudesse ter utilização diferente” daquela para que tinha sido construído. Sucede que “no próximo mês, o edifício faz 14 anos e a Câmara até terá recebido dinheiro para a ocupação daquele edifício”, supôs o porta-voz que, assim sendo, quis saber que destino será dado ao espaço.
O local “está fechado há 14 anos e é um prejuízo para todos os que ali investiram”, frisou Daniel Rodrigues.
Paulo Vicente, presidente da Autarquia, informou que “a Câmara abandonou a ideia da instalação do mercado municipal” e que, neste momento, o projecto passa pela instalação de serviços, havendo “contrato de promessa de aluguer com o Instituto dos Registos e do Notariado”.
O presidente explicou que o instituto está a elaborar o projecto, que deverá contar com fundos do Ministério da Justiça, mas realçou que “ainda não deu entrada na Câmara qual-quer importância”.
“Estamos constantemente a insistir com o instituto para que as obras avancem de acordo com o que aqui já foi deliberado”, garantiu Paulo Vicente.
Recorde-se que o Cristal Atrium foi inaugurado em 2003.
Em 2004, o novo mercado municipal provocavaa ruptura entre Autarquia de Álvaro Órfão e os vendedores. O valor das rendas e as instalações, tripartidas entre cave, rés-do-chão e primeiro andar, eram alguns dos contras apontados pelos vendedores, que ameaçavam boicotar a venda de lugares para o novo mercado.
Em 2006, no âmbito de uma vistoria requerida pelo então presidente da autarquia, Barros Duarte, uma comissão composta por ARS do Centro, Serviço Nacional de Bombeiros e técnicos do Município determinaram que o espaço não reunia condições para ser utilizado como mercado.
Em 2007, a ASAE encerrava o velho mercado na Resinagem e o executivo, então presidido por Alberto Cascalho, comprava tendas de lona para albergar temporariamente o mercado municipal (onde ainda está a funcionar), alegando falta de condições no Atrium. A oposição garantia que bastavam poucas modificações para tornar essa utilização possível.
O Município aprovou no ano passado o contrato de arrendamento parcial de uma fracção no Atrium, para onde o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça deve mudar os seus serviços públicos relativos aos registos de identificação civil, predial e comercial. São 2020 euros mensais por 486 metros quadrados, que permitirão retirar os serviços da Avenida Vítor Gallo, onde não reúnem condições de acessibilidade.