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Home Entrevista

Luciano Gonçalves: “Acredito que a arbitragem feminina vai ser a salvação da arbitragem”

Cristiana Alves por Cristiana Alves
Setembro 21, 2023
em Entrevista
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Luciano Gonçalves: “Acredito que a arbitragem feminina vai ser a salvação da arbitragem”
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Que balanço faz destes sete anos na presidência da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF)?

Um balanço positivo. É sempre difícil quando falamos de arbitragem dizermos que o balanço é positivo. Mas tenho que ficar satisfeito com o trabalho que tem sido feito, juntamente com as minhas equipas, não só pelas condições internas que fomos criando, mas também pelas condições de trabalho criadas para os árbitros. Tivemos também a implementação do VAR, um aumento significativo na arbitragem feminina, e foram dados alguns passos no profissionalismo da arbitragem. Muito mais poderia ter sido feito. A falta de segurança dos árbitros nos distritais é um dos temas que mais preocupam. Sempre que existem árbitros agredidos, sinto que o meu trabalho está a valer pouco. Mas são ossos do ofício. De modo geral, estou satisfeito com o trabalho realizado.

Garantir essa segurança tem sido um dos maiores desafios?

Sem dúvida. Sobretudo a partir do momento em que, em 2012, caiu o policiamento obrigatório. Não podemos querer que se mudem mentalidades sem primeiro criarmos condições. Primeiro devíamos garantir segurança, fazermos um trabalho paralelo de sensibilização, para depois os nossos filhos e netos terem outro tipo de comportamentos que os pais, hoje em dia, não têm.

A APAF tem procurado fazer com que o policiamento possa regressar?

É difícil. Temos que nos adequar à realidade. Hoje será utópico pensar que o policiamento voltará como antes. Cada vez temos menos efectivos, e mais jogos. O que tem de acontecer, e temos feito esse trabalho, é criarmos condições para existirem comissões nas associações de futebol, na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que também existam punições mais dolorosas. É um problema que vai muito além do desporto. É um problema de sociedade, é os pais pensarem que têm todos um Ronaldo e um Messi em casa. E saberem que podem passar impunes. Estão aqui sentados, o filho está a jogar, e eles a ofender. E este problema não é só com os árbitros, é também com os treinadores. Temos de ser o mais punitivos possível. E, porque não concordo apenas com o castigo, também temos que sensibilizar e dar condições para as pessoas estarem no futebol de forma diferente. Se calhar não faz sentido termos competição em algumas idades. Como defendem alguns professores, os miúdos primeiro devem brincar à bola. Termos competição em miúdos de 10 ou 11 anos, talvez não faça sentido. Não havendo competição, tirava muito esse peso. São algumas coisas que têm que se ir fazendo, em que também temos feito a nossa parte, e tentarmos reduzir ao máximo as agressões e os problemas que vão existindo por esses campos e pavilhões fora.

Além da segurança, quais são os maiores desafios da arbitragem profissional e não profissional?

Na arbitragem não profissional, a segurança é um motivo para outro problema: a falta de árbitros. Temos associações com árbitros suficientes para os jogos, mas muitas associações não. Não existindo árbitros para os jogos, acaba por se dividir as equipas de arbitragens dos miúdos. Tiram o curso e são mandados logo para os jogos sem a mínima preparação, o que faz com que errem muito mais, sejam muito mais pressionados, e a probabilidade de existirem problemas seja muito maior, levando a que desistam. A falta de árbitros deve-se aos que não conseguimos trazer, ou mesmo quando conseguimos trazer, depois não os retemos. Já no futebol profissional, a maior dificuldade continua a ser a forma desrespeitosa como alguns agentes, e algumas pessoas que sobrevivem deste fenómeno, tratam a arbitragem. Falo de alguns comentadores, que têm sido uns incendiários dos problemas no futebol. Isso faz com que, considerando a influência que têm junto das pessoas que os ouvem, se descredibilize o trabalho das equipas de arbitragem. Este tem sido o nosso maior problema no futebol profissional, porque infelizmente não se olha para o futebol num todo. Em Portugal gostamos do nosso clube, não gostamos do futebol. Não gostamos que o futebol tenha sucesso, mas sim que o nosso clube tenha sucesso. E não trabalhando em equipa, todos saem mais fragilizados.

[LER_MAIS]

É mais fácil perdoar erros dos jogadores e treinadores, do que dos árbitros?

Completamente. Não temos essa cultura de percebermos os erros do árbitro. É muito fácil utilizarmos isso como a justificação para a nossa incompetência. E isto não tira a responsabilidade à arbitragem e aos erros que acontecem. Como também acontecem no futebol. O futebol hoje está muito evoluído, tem todas as condições de trabalho e de treino, e também se continua a errar. E o erro vai existir sempre. Agora, compete-nos a todos, e obviamente a arbitragem não pode ficar de fora, trabalhar para que esses erros sejam cada vez menores.

O que se pode fazer para atrair os jovens?

Primeiro criar condições para não perdermos os poucos árbitros que temos. O recrutamento é necessário, mas é muito importante a retenção. Andarmos a investir em árbitros durante vários anos, e depois perdê-los, são recursos humanos que estivemos a gastar. E um árbitro que desiste, dificilmente volta. Temos de criar condições para que todos tenham o seu espaço na arbitragem, mesmo os que terminam por limite de idade ou por outros motivos. Mais que não seja para serem uma peça fundamental na retenção dos outros. No recrutamento, temos que fazer um trabalho de comunicação muito bom e dar condições aos jovens. Hoje, um jovem tem tudo para não vir para a arbitragem. Não se pode, de forma nenhuma, que continuem a ter entre seis a oito jogos por fim-de-semana. Um jovem com 17 ou 18 anos, que chegou à arbitragem, andar um, dois e três fins-de-semana a fazer seis e sete jogos, cansa-se e vai embora. Porque deixa de poder sair à noite, de ter os amigos numa fase da adolescência. E isto acontece muito. Estamos a querer tapar jogos, porque faltam árbitros, mas estamos a esquecer-nos que, com esse querer tapar jogos, fazemos com que se vão embora. A solução passa por tentarmos sensibilizar que hoje em dia ser árbitro pode ser uma saída profissional muito interessante. É uma actividade fantástica. E temos que fazer essa sensibilidade junto dos clubes, das escolas.

Como avalia a matéria-prima do distrito de Leiria?

Leiria sempre foi um distrito com grandes árbitros. Que passaram por mundiais e por grandes competições, como o caso do Olegário. Temos o Fábio Veríssimo e o António Nobre, dois árbitros internacionais, o Nélson Pereira e o Pedro Martins, dois assistentes de grande classe. No futsal também temos grandes árbitros, como o André Franco. Temos acompanhado essa nossa posição na arbitragem nacional. A nível de distrital, temos também grandes valores. Infelizmente não tenho acompanhado como queria o desempenho dos árbitros nos distritos, mas sei que temos bons valores. Em Leiria temos o mesmo problema que as outras associações. Temos muitos jovens com valor, mas precisamos de muitos mais. O Conselho de Arbitragem da Associação Futebol de Leiria também tem feito um trabalho muito interessante a esse nível. Tem pessoas muito dedicadas à classe, com muito profissionalismo, e acredito que se manterá.

Sobre a arbitragem feminina, que obstáculos ainda existem?

A arbitragem feminina deu um boom fantástico. Acredito que a arbitragem feminina vai ser a salvação da arbitragem em vários aspectos, até da quantidade. As árbitras têm mostrado que andávamos demasiado limitados no nosso machismo. Temos árbitras com uma qualidade fantástica. Tínhamos o problema de as árbitras não conseguirem ter a mesma capacidade física que os homens, e elas têm demonstrado o contrário. Estão a fazer as provas como os homens. Seja dentro ou fora de campo, estão a provar que o género não conta. Também existiu um grande investimento da FPF no futebol feminino, e com esse desenvolvimento, a arbitragem veio por inerência. Ainda temos um grande caminho pela frente. Mas as burocracias cada vez são menos. Qualquer jovem que queira tirar o curso, já o faz de forma tranquila. Felizmente, também temos cada vez mais clubes preparados para receberem equipas mistas e equipas femininas. Uma árbitra ir para um jogo do distrital e ter que ficar do lado de fora e não poder entrar enquanto o árbitro não sai, torna-se incómodo. Pouco a pouco isso tem-se alterado. Pode ser por aí que se consiga dar uma nova imagem à arbitragem. Elas têm muita qualidade, tanto no futebol como no futsal.

Acaba por dar boas perspectivas.

Sem dúvida. Se tivesse que pôr em percentagem, colocava que a arbitragem feminina, ao nível de grau de satisfação, está entre 90% a 95%, por aquilo que estão a fazer e por aquilo que de positivo ainda vai acontecer.

Quantos árbitros e árbitras temos em Portugal?

Cerca de 4200 árbitros, precisávamos de 7000. E cerca de 300 são mulheres. Ainda estamos muito aquém, mas é um caminho que está a começar. É preferível fazermos as coisas com cabeça, tronco e membros. Estarmos a trazê-las “à pressa” e depois irem embora, só contribui mais para o abandono. Interessa que se mantenha a taxa reduzida de abandono na arbitragem feminina. Que também é um aspecto muito interessante. O abandono das árbitras é muito menor que nos homens. E percebermos o que estamos a conseguir fazer no feminino que não se está a fazer no masculino.

Passaram seis anos desde a implementação do VAR e permanecem as polémicas. Como avalia o desempenho do video-árbitro no nosso País?

O VAR foi uma ferramenta que veio para ajudar a melhorar aquilo que era a assertividade nos lances, e isso veio fazê-lo. Antes de termos vídeo-árbitro, tínhamos outras coisas para serem motivo de discussão. Dizer-se que o VAR só está a criar mais ruído não é verdade, porque antes de haver VAR, já existia esse ruído todas as semanas. Foi apenas mais um motivo para se falar. Mas o balanço do VAR é positivo. Os erros crassos e graves têm sido muito alterados. A taxa de assertividade do VAR é de 98%. Temos que continuar a trabalhar para percebermos onde podemos investir mais e aproveitarmos esta ferramenta para bem do futebol.

Esta época iniciou um programa televisivo para revelar áudios das comunicações entre árbitros e videoárbitros. Vai ajudar a credibilizar o futebol ou acabará por dar mais azo a polémicas?

O objectivo é que ajude a credibilizar. Mas infelizmente temo que vá ser mais um motivo para nas semanas seguintes se utilizar aquilo que foram frases, contextos, situações, e fazer comparações. Não existem dois lances iguais, dois jogos iguais, duas pessoas iguais. Fico muito satisfeito por a arbitragem comunicar mais, tínhamos que dar esse passo. Mas depois acabamos por ter esse risco. Fico satisfeito por essa medida do Conselho de Arbitragem e quero acreditar que pode ajudar a credibilizar a arbitragem, mas temo que alguns pseudo-artistas utilizem aquilo que deve ser formativo para uso de mais ferramentas de guerra.

Também esta época o VAR foi introduzido na II Liga. Como avalia esta expansão?

Só demonstra que os próprios clubes querem o VAR e que não é só uma coisa que os árbitros querem. E se o querem, é porque reconhecem que é uma mais-valia. E o caso da II Liga foi um pedido dos clubes. Depois acaba por ser um pouco contra-senso, quando vimos este ruído todo em torno do VAR. Porque 90% deste ruído é fabricado. Não é pelas pessoas que estão no fenómeno, é sim por outros outsiders, muitos deles com outras agendas. Também no futsal vamos ter uma variante de vídeo-arbitragem, assim como em alguns jogos do futebol feminino, o que demonstra que o VAR veio para ficar. Só temos que irmos trabalhando, como em tudo. Um treinador ou um jogador com 40 anos também continua a trabalhar e a melhorar, porque é assim que deve ser.

Como perspectiva o futuro da arbitragem?

Temos vários desafios pela frente. Um deles é o profissionalismo. Não faz sentido termos jogadores, treinadores, clubes e estruturas totalmente profissionais no futebol, e depois termos árbitros e árbitros assistentes a tirar dias de férias para fazer um dérbi ou um clássico. Só demonstra que alguma coisa está mal. O profissionalismo é urgente. Estamos ainda nos primeiros contactos para a empresa exterior de arbitragem profissional, e a estudar o melhor modelo, mas a curto/médio prazo será um passo importante. A nível de base, as academias que as várias associações têm construído ou ainda estão a construir, vão ser também outro passo importante para os árbitros terem o seu espaço para treinar. A nossa própria associação tem o projecto da Academia APAF, que é muito provável que seja construída no distrito de Leiria (ver pág. 32).

Em 2024 haverá eleições na APAF. Quais os seus objectivos?

Dois meses antes de ser eleito presidente da APAF, em 2016, se me perguntassem se eu pensava ser presidente, dizia que não, era utópico. Vinha do Núcleo de Árbitros de Porto de Mós, uma estrutura muito mais pequena. Já fazia parte da direcção da APAF, mas não era de Lisboa ou do Porto. Não tinha sido um árbitro que tinha estado nos campeonatos profissionais, portanto, achava que dificilmente seria. Surgiu a oportunidade, as coisas foram correndo muito bem. Ainda tenho a possibilidade de fazer mais um mandato e esse é o meu foco. Estou focado, juntamente com a minha equipa, em lançar as primeiras pedras da academia. Assim como outro projecto, uma carrinha de simulação de vídeo-arbitragem que vamos lançar pelas escolas do País. O foco principal agora é terminar este mandato. Depois, gostaria de fazer o terceiro, para poder ver o centro de estágios, um sonho que tive em 2017, em funcionamento. Mas estarei sempre onde a arbitragem achar que eu possa ser mais útil, e onde eu achar que posso ser útil.

Percurso
A paixão da arbitragem
Nasceu e cresceu em Alcanadas, no concelho da Batalha, e foi no Alqueidão da Serra que começou a dar os primeiros toques na bola. Jogou futebol e futsal, tendo a arbitragem surgido em 2002, quando ainda era atleta e vice-presidente do futsal do clube de Alcanadas, após uma exigência da Associação de Futebol de Leiria aos clubes da região. Não havendo, na altura, mais ninguém interessado em tirar o curso de árbitro, Luciano entrou na aventura, que o fez descobrir uma nova paixão. Foi director do Núcleo de Árbitros da Marinha Grande para o futsal e director do Núcleo de Árbitros de Porto de Mós, onde assumiu também a presidência durante seis anos. Foi eleito presidente da APAF em Maio de 2016, tendo sido re-eleito em 2020.
Etiquetas: academiaalcanadasAPAFarbitragemárbitrasárbitrosassociação portuguesa de árbitros de futebolBatalhacentro de estágiosdesportoentrevistaLuciano GonçalvespresidentesegurançaVARvideo-árbitro
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