Com uma vasta carreira no futebol, jogou no Seixal FC, Sporting Clube de Portugal, Atlético CP, Olhanense e Lusitânia dos Açores, mas foi na União Desportiva de Leiria (UDL) que obteve maior destaque, ao carregar a braçadeira de capitão durante 11 anos e tornando-se numa das caras mais conhecidas da equipa da cidade do Lis.
O desporto sempre fez parte da vida de Luís Bilro, que, actualmente é treinador da Selecção Portuguesa de Futebol de Praia.
O projecto, que abraça desde Fevereiro de 2013, tem sido "aliciante", porque tem conseguido "conciliar o sucesso com a evolução da modalidade, que ainda é muito recente".
Na Selecção, é responsável pela análise, recrutamento e enquadramento de atletas "que tenham margem de grande progressão". "Jovens talentos" que podem ter um "futuro grandioso".
Como treinador, já se sagrou campeão do Mundo e da Europa, a que se juntam as conquistas da Medalha de Bronze nos Jogos Europeus de Baku, o segundo lugar no Campeonato da Europa e a distinção de comendador da Ordem do Mérito, em 2015.
"Este reconhecimento é o expoente máximo que podemos atingir", diz, avaliando o trabalho "positivo e válido" que realizou até agora. Tem uma profissão que permite conciliar o desporto coma vida familiar.
"Esta virtude" permite levar e buscar o filho à escola, "com muita regularidade". O caso, garante, seria diferente se enveredasse por uma carreira como treinador de futebol de 11.
[LER_MAIS] O pouco tempo que resta é, precisamente, dedicado aos entes queridos e, em especial, ao crescimento do filho, com quem desenvolve "uma série de actividades de lazer", numa conjugação que leva Bilro a concluir que o desporto lhe tem dado muitas coisas boas, permitido crescimento pessoal e dado estabilidade financeira e emocional. "É um dos pontos fundamentais da minha vida."
Natural de Borba, vila do concelho de Évora, o técnico de 47 anos vive em Leiria com a mulher e os dois filhos."É a cidade de eleição, que já faz parte da minha vida", afirma o antigo jogador de futebol de 11 e de praia, que não equaciona mudar de residência.
Filho adoptivo de Leiria
Chegou a Leiria para jogar em 1993 e aí se manteve. "A cidade é simpática e tem uma série de aspectos fundamentais. Consegue-se ter uma vida tranquila e oferece uma série de componentes que são muito importantes, mesmo para o acompanhamento e crescimento dos filhos", destaca Bilro.
A permanência na cidade deveu-se a vários factores. Enquanto jogava na União de Leiria, "os convites que surgiram nunca foram verdadeiramente aliciantes" e, actualmente, a ligação a Leiria é fruto de um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Para o futuro, deixa em aberto a possibilidade de regressar ao futebol de 11, à frente de uma equipa técnica. Desses tempos guarda boas recordações, que lhe "permitiram evoluir enquanto homem e atleta".
Ao longo de todo o discurso do treinador, há uma nota constante: a influência que o desporto teve em todos os aspectos da sua vida. "Hoje, sinto-me muito mais rico e muito mais completo, por tudo aquilo que consegui viver [enquanto jogador]".