PUBLICIDADE
No Postal do Dia que assina na TSF, Luís Osório contou recentemente a história de António Francisco, o “Toino da Raquel” – ou, de acordo com o título no site da rádio, “o homem que conheceu todas as mamas de uma aldeia perto de Leiria”.
A aldeia é Cavalinhos e a história de António Francisco acrescenta uma nova camada na relação de Luís Osório com Leiria. “Quando escrevi sobre ele, nunca imaginei que tivesse tanta repercussão. Já está há 15 dias em primeiro lugar nos mais ouvidos da TSF”, explica o autor do Postal do Dia, que começou por ser contratado pelo Município para dinamizar o projecto “Uma Conversa Entre Nós”, que, no primeiro semestre do ano, em seis datas, levou ao Teatro Miguel Franco figuras como Simone de Oliveira, Lídia Jorge, Daniel Sampaio, Bagão Félix, Joana Marques Vidal, Manuel Sobrinho Simões ou, durante a Ronda Poética, em Abril, o antigo ministro Mário Centeno com o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes.
O ciclo de conversas está “fechado” e esta sexta-feira, 15 de Setembro, Luís Osório despede-se de Leiria – ou, pelo menos, é um “até já” – com o espectáculo Ficheiros Secretos, no Teatro José Lúcio da Silva. António Francisco, o “Toino da Raquel”, é um dos convidados. “Vai ser homenageado pelos seus e isso vai ser muito bonito”, antecipa. “As pessoas estão ávidas de histórias e de histórias que são exemplares, de alguma maneira”. Depois da morte da mãe, e muito antes de se casar com Raquel, António Francisco recebeu o carinho das mulheres de Cavalinhos, que se uniram para o proteger. “Um exemplo de solidariedade”.
O monólogo e performance, segundo Luís Osório, “é uma tentativa de juntar três universos”. Por um lado, histórias menos conhecidas de figuras que marcaram a vida contemporânea portuguesa, por outro, histórias locais – em Leiria, é o caso de António Lacerda Sales (secretário de Estado da Saúde durante a pandemia) e Sofia Lisboa (antiga vocalista dos Silence 4), que estarão presentes. “Ninguém pode estar totalmente seguro, porque eu posso surpreender quem estiver na sala. Porque há uma dimensão de grande risco, que é uma dimensão de improviso. Há uma parte do espectáculo que é claramente improvisada e essa parte é a parte em que eu falo para as pessoas que lá estão contando ficheiros secretos das suas próprias vidas”. A terceira dimensão do guião é pessoal e respeita ao próprio Luís Osório. “Coloco-me a mim, primeiro, em causa, e, portanto, também estou em jogo”.
No balanço dos últimos meses, em que também participou numa conversa com a vereadora da Cultura durante o lançamento do site leiriagenda.cm.leiria.pt, Luís Osório é generoso. “Leiria foi uma coisa incrível”, afirma. Mais do que o cachê na conta bancária, fica a memória “especial” de uma cidade onde “há muita coisa a acontecer” e “muita gente nova” a participar. “Leiria, do ponto de vista cultural, tem, por um lado, uma oferta, mas, por outro lado, uma adesão, que é surpreendente”.
