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Home Entrevista

Luís Vieira: “É um desafio colocar a juventude a beber vinho”

Raquel de Sousa Silva por Raquel de Sousa Silva
Junho 8, 2021
em Entrevista
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Luís Vieira: “É um desafio colocar a juventude a beber vinho”
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Portugal manteve, no ano passado, o estatuto de país do mundo com o consumo de vinho mais elevado por habitante, com 51,9 litros. Bebe-se vinho nacional ou importado?
A maioria é português. Portugal produz em média 600 milhões de litros de vinho, exporta uma média de 300 milhões. O que é importado são vinhos mais baratos, o que revela a capacidade que Portugal tem de criar e de exportar valor. Estamos a vender para fora vinhos cada vez mais caros e melhores. O que me surpreende são os litros que consumimos a mais em relação ao resto do mundo. Além disso, bebemos de forma responsável. O alcoolismo não é um problema de saúde pública. Portugal sabe beber, sabe quando beber, sabe beber com moderação, em convívio. É um exemplo de consumo responsável. Existia a ideia de que o nosso consumo per capita alto é muito por causa do turismo, mas a verdade é que nos tempos áureos o turismo representava 17 milhões de pessoas por ano. Ficavam em média 2,7 dias. No fundo, por dia seriam apenas 200 mil pessoas a mais. Acredito que os valores do nosso consumo per capita são muito influenciados pelas vendas significativas de vinho dos cash-and-carry a emigrantes que vêm cá regularmente e levam o vinho para os países onde vivem.

Que mudanças se podem apontar no sector do vinho nos últimos tempos?
A pandemia trouxe mudanças incríveis. Os bag in box subiram muito, passou-se a consumir vinhos com melhor relação qualidade/preço, vendidos na grande distribuição, onde as vendas subiram. O desafio este ano passa por ter na distribuição vinhos que antes só se encontravam no canal Horeca, como alternativa normal de quem perdeu mercado. Nos últimos anos, houve um aumento brutal da qualidade [LER_MAIS]média dos vinhos. Vínhamos de culturas antigas, muito tradicionais, faziam-se os chamados vinhos do produtor, mas uma nova geração de viticultores, de enólogos e de gestores veio trazer uma grande mudança. Isso permitiu crescer muito nos mercados externos, onde de forma consistente as vendas de Portugal têm subido.

Há novas tendências no mercado, nomeadamente vinho em lata…
Esse mercado ainda é insignificante. Começou nos Estados Unidos, porque a única embalagem que é permitido levar para os espectáculos é a lata. E esta é a única embalagem onde as bebidas com gás e o vinho se aguentam. Já se vende vinho em latas no mercado português, é muito incipiente e não sei se vai vingar, porque Portugal é um dos países mais tradicionais, tal como França, Itália e Espanha, onde há uma cultura vínica de séculos, muito enraizada, pelo que estas inovações demoram algum tempo a entrar.

Tem crescido a concorrência de outras bebidas, como a cerveja?
Cada uma tem o seu lugar. Acho que na pandemia o vinho foi valorizado. A cerveja é muito mais de festas, de arraiais, e tudo isso desapareceu. As cervejeiras estão com graves dificuldades. Em casa o consumo é mais selecto e dá-se preferência ao vinho. Os mais jovens estão muito centrados em bebidas ‘mixadas’, onde temos de encontrar espaço. Estamos a fazer sangria, por exemplo, para chegar a este segmento de mercado. É um desafio colocar a juventude a beber vinho. A grande ameaça do vinho é o facto de os países nórdicos terem graves problemas de alcoolismo. Não vêm do vinho, mas este acaba por ser metido na mesma esfera. O poder destes países junto dos grandes organismos de controlo europeus e internacionais é uma ameaça para o vinho. Portugal, França, Itália, Espanha e Grécia são países produtores de vinho e têm formas de consumo bastante conscientes. Mas outros países não sabem beber e acabam por prejudicar bastante o sector. Poderemos vir a ter restrições de consumo.

Perfil
Ligação aos vinhos vem da infância
Luís Vieira está ligado ao sector dos vinhos desde sempre, visto que o seu avô já trabalhava na área, negócio a que o pai deu continuidade. Nos verões trabalhava na empresa familiar (Caves Ganita), em Fátima, e em 1987, tinha então 15 anos, o avô passou-lhe um cheque de “15 contos” como recompensa por esse período de trabalho. “Foi o último cheque que assinou, acabou por falecer alguns dias depois com um derrame cerebral”, recorda Luís Vieira, que ainda hoje lembra este episódio como uma espécie de “passagem de testemunho da herança vínica” do avô. O jovem acabou por se licenciar em economia e terminado o curso foi trabalhar na fábrica de faianças que a família tinha na Argentina. De regresso a Portugal, surgiu ao pai a oportunidade de comprar a Quinta do Gradil, no Cadaval, mas acabou por ser Luís Vieira e o irmão a avançar com o negócio, como “o aval e o crédito” do progenitor, conta. Em 2000 iniciou-se a recuperação das vinhas, em 2005 o empresário comprou a empresa de engarrafamento de vinhos do pai e em 2008 separou sociedade do irmão. A marca Quinta do Gradil chegou ao mercado em 2010 e de então para cá o negócio não tem parado de crescer, com investimentos constantes. O ano de 2020 fechou com 48 milhões de euros de facturação.

É difícil ser produtor de vinho em Portugal?
A produção agrícola sofre bastante com as intempéries, podemos ter azar e registar uma produção baixa em Portugal mas alta noutros países, não conseguimos assumir os preços baixos e é catastrófico. Mas também pode acontecer o contrário, o que é bom. O mercado também é difícil, é muito concorrencial. Temos muitas regiões, cá dentro cria diferenciação, mas lá fora é difícil conseguir perceber tantas diferenças num país tão pequeno. Acabamos por ter de vender Portugal, por ter de vender uma excelente relação qualidade preço, mas os outros também a têm. É um jogo de muita resiliência e de muita vontade, em que se tenta sempre procurar a diferenciação através da marca. No vinho é possível, porque existe uma história que se pode contar, ligada à marca e às vinhas, às regiões. Conseguir que tudo isto funcione, criar valor e volume é que não é fácil. Justamente por causa desta dificuldade é que está a haver em Portugal uma concentração de players, porque a economia de escala é importante. São os desafios de um agricultor, que no fundo é quem está na vinha, mas que tem de ser mais sofisticado e encontrar alternativas para valorizar o produto.

A Parras Wines foi distinguida como a Empresa do Ano no âmbito d’Os Melhores do Ano 2020 pela Revista de Vinhos, que considera o grupo “um dos gigantes do vinho português”. Que importância têm os prémios?
São uma enorme satisfação para a equipa, porque o esforço que faz todos os anos acaba por ser reconhecido. É um incentivo de moralização e de ânimo. A nível externo, são também importantes, porque os holofotes acabam por nos apanhar. Depois destes prémios tivemos clientes que estávamos a ‘namorar’ e com os quais conseguimos ‘casar’. Claro que se conseguirmos continuar a ser uma empresa visível no mercado, com qualidade, mais tarde ou mais cedo o reconhecimento acaba por chegar. Essa consistência permitirá crescer em volume, em margem, em referências e em número de clientes. Os prémios são importantes. Não vivemos obcecados por eles, não trabalhamos para eles, trabalhamos para os clientes, mas permitem que as nossas marcas recebam atenção.

“Vinhos de grande valor acrescentado ao preço mais económico possível” tem sido a estratégia seguida pelo Grupo Parras. A ideia é manter esta aposta ou entrar noutros segmentos, nomeadamente premium?
A ideia é entrar nestes segmentos também. Fizemos há dois anos um rebranding da Quinta do Gradil, fomos encontrar história com 700 anos e tentámos perceber que vinhos mais diferenciados e com maior capacidade de valorização conseguimos fazer. Para um grupo como o nosso, é importante conseguir estar com foco em cada uma das áreas. Tendo um palácio com a importância da Quinta do Gradil, não faria sentido não fazermos produtos premium. E ter também outras marcas, com uma relação qualidade/ preço afinada. Há lugar para as duas realidades. Não é fácil, temos de ter o foco e a gestão.

Está previsto o lançamento de novas marcas este ano?
Queríamos fazer deste o ano da Herdade da Candeeira, no Alentejo. Estamos a trabalhar nisso, seria a grande novidade. Se não for este ano, será no próximo. Seria uma marca premium. Temos outros projectos em mãos, como uma unidade de vinificação na Goucha, região vitivinícola do Tejo, e a ideia é conseguirmos lançar ainda este ano alguns produtos diferenciadores. Temos investimentos previstos, como um pavilhão logístico em Alcobaça, projecto de um milhão de euros, temos as vinhas e adegas onde há sempre investimentos a fazer. A perspectiva este ano é andarmos no total entre 1,5 e dois milhões de euros, o que é menos de metade da média de investimentos dos últimos cinco anos. Temos de consolidar o que já temos. O grupo tem vinhos de todas as regiões. Mas não tem vinhas próprias em todas elas… Exacto. Onde produzimos, com vinhas próprias e uvas compradas, é no Alentejo, em Lisboa e no Tejo. Em todas as outras regiões – Douro, Dão, Verdes – é através de parcerias com produtores locais, com os quais trabalhamos há muitos anos.

Pêra Doce, Mula Velha, Cavalo Bravo, Cavalo Negro, Montaria… São do Grupo Parras algumas das marcas mais conhecidas do mercado…
Entre conhecidas e não conhecidas, estamos a falar de perto de 60 marcas. Referências são muitas mais. É muito complexo trabalhar tantas marcas, as margens são apertadas, os erros custam caro e a complexidade implica custos. Há toda uma gestão que se vai afinando à medida que os anos vão passando e o objectivo é sermos cada vez mais eficientes.

Venda de vinho a granel, prestações de serviços, enchimento para outros produtores e enoturismo complementam a actividade de produção de vinhos próprios do grupo, cujo volume de negócios ascendeu a 48 milhões de euros em 2020. Previsões para este ano?
`O grande objectivo é pelo menos manter. O crescimento está sempre na mira, vamos ver se é possível. Mas o desafio é crescer em produtos de valor acrescentado. Apesar de as margens serem um bocadinho menores, o volume de negócios do ano passado foi maior do que em 2019. Em Março, quando o tsunami [pandemia] nos atingiu em cheio, estávamos bastante assustados. Mas em Maio começámos a ver uma aceleração tanto no mercado nacional como no externo e acabámos por ficar mais aliviados.

No ano passado o grupo vendeu cerca de 20 milhões de garrafas. Qual o vosso principal mercado e em que outros pretendem entrar?
Os que se destacaram foram o inglês e o brasileiro. O mercado americano tem crescido bastante e os países de Leste também têm tido crescimentos interessantes. Esperamos que este ano continue esta rota de crescimento em todos eles. A prioridade poderão ser os Estados Unidos, um mercado muito grande onde o consumo per capita está a crescer, e onde há valor. Esperamos também que o real não continue nesta linha de desvalorização brutal e que o Brasil se mantenha um mercado em crescimento. Esperamos que os PALOP, que sempre foram mercados tradicionais desta casa, encontrem valor nas matérias-primas de maneira a poderem ter divisas para comprar vinhos.

Já sentiram os impactos do Brexit?
A nível burocrático, bastante. Já tivemos problemas logísticos, com contentores, problemas de entrada no país. Em Junho, serão ainda mais. Tenho alguma apreensão. Mas seria mais assustador se tivéssemos só este mercado.

Etiquetas: administrador do grupo parrasCavalo BravoCavalo NegroconsumoenologiaenólogoentrevistaGrupo Parrasluís vieiraMontariaMula VelhanegócioPêra Doceportugalportugal's winesquinta do gradilvinhovinho em latawine
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