“É sempre uma boa notícia quando um novo mercado abre as portas”. É desta forma que Jorge Soares, presidente da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) comenta a abertura do mercado da Guatemala, anunciada pelo Governo na semana passada.
Definidas as condições fitossanitárias para a exportação de maçã produzida em Portugal, o fruto pode agora seguir para este mercado sul-americano, onde Jorge Soares vê potencial, por se tratar de um país que “não produz maçã”.
O reforço das exportações é uma das apostas da APMA para a campanha deste ano. A média de vendas de Maçã de Alcobaça ao exterior tem sido de 10%, tendo atingido excepcionalmente os 29% em 2015.
A produção deste ano deverá rondar as 50 mil toneladas passíveis de certificação, o que representa um crescimento superior a 50% face à campanha do ano anterior. É que nesse a produção “caiu muito”, explica o dirigente, adiantando que para o aumento de produção deste ano contribui igualmente o facto de alguns pomares novos já estarem a produzir em pleno.
[LER_MAIS] “A produção deste ano recuperará as perdas de 2016, fixadas em 40% em relação ao ano anterior, ou seja, menos 15 mil toneladas”, diz o presidente da APMA, entidade gestora da Indicação Geográfica Protegida Maçã de Alcobaça.
Para esse crescimento contribuem também os novos pomares na região,“que sendo mais eficientes dão uma qualidade muito superior e acrescentam produção aos valores habituais [5 mil toneladas]”. As 50 mil toneladas que se esperam da campanha 2017/18 deverão resultar num volume de negócios de 40 milhões de euros.
A colheita da variedade gala, a que mais se cultiva na região, está terminada, decorrendo a das restantes variedades. A associação vai avançar com um clube de exportadores, que permitirá aos produtores actuar juntos no mercado externo, como já fazem em Portugal. “A ideia é ter uma imagem colectiva, caracterizada por um padrão de qualidade mais elevado”.
A Maçã de Alcobaça tem seguido sobretudo para Inglaterra, Irlanda e Brasil, mas tem igualmente havido algumas vendas pontuais para o Canadá, alguns mercados árabes e alguns africanos. O objectivo da APMA é que num horizonte de cinco anos metade da produção seja exportada.
50 é o número de novos mercados que o Governo está a negociar para a produção nacional. No caso específico da maçã, conseguiu a abertura de seis: México, Ilhas Maurícias, Jordânia, Perú, Senegal e agora Guatemala