Fundada por Aníbal Henriques Abrantes a 30 de Junho de 1945, na sequência da cisão com a firma Aires Roque & Irmão, a Aníbal H. Abrantes foi a primeira empresa nacional exclusivamente dedicada à produção de moldes para plásticos, hoje reconhecida como a “mãe” da indústria portuguesa de moldes.
Segunda-feira, uma cerimónia na empresa, na Marinha Grande, juntou colaboradores e amigos, que celebraram o percurso de 80 anos da Aníbal H. Abrantes, e Joaquim Menezes, presidente do Grupo Iberomoldes, partilhou com o JL a sua visão sobre o sector.
“É uma empresa com significado especial, onde comecei a trabalhar em 1963”, recordou o administrador do grupo, que detém a Aníbal H. Abrantes desde os anos 80. “A indústria de moldes portuguesa também nasceu com a Aníbal H. Abrantes”, salientou Joaquim Menezes, lembrando que, ao longo de oito décadas, este sector nunca deixou de se desenvolver.
Aurélio Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande, elogiou o feito de uma empresa que nasceu num momento conturbado, pós II Guerra Mundial, e que chega à actualidade, contribuindo [LER_MAIS]ao longo do seu percurso para a criação de muitas outras indústrias do sector.
Também João Faustino, presidente da Cefamol – Associação Nacional da Indústria de Moldes, destacou “a ternura que o engenheiro Menezes tem tido com esta indústria”.
Ao JL, Joaquim Menezes explicou que a Aníbal H. Abrantes conta hoje com uma equipa de 71 colaboradores, exporta praticamente tudo o que produz, sobretudo para o mercado europeu, mas também para Israel, que é um dos seus principais clientes.
A indústria automóvel pesa cerca de 80% na sua actividade, sendo que os restantes 20% se repartem entre componentes para indústria eléctrica, para indústria de distribuição de água e irrigação, entre muitos outros domínios. Registou em 2024 um volume de negócios próximo dos 9 milhões de euros, mantendo uma rota de crescimento nos últimos quatro anos.
Com optimismo, Joaquim Menezes fala sobre os desafios do sector e da visão que tem para esta empresa em particular. “Se compararmos com outros países nossos concorrentes, nós continuamos a ser relativamente pequenos. Somos pequenos, mas bons. E os países onde está a nossa concorrência, continuam a vir a Portugal. Muitas vezes não é o preço que determina comprar ou não comprar. É a nossa capacidade de resposta, de continuar a investir em tecnologia mais moderna e mais competitiva”.
“A China é um mercado altamente competitivo, mas depende do mercado local, que é imenso. Nós dependemos da exportação. No nosso caso, a nossa filosofia é ir atrás dos mercados mais exigentes, como a indústria automóvel, e concorrer com aqueles que são excelentes. É nestes artigos que temos tido trabalho, vencido as guerras e as faltas de encomendas, que também existem. Foi em 2008, numa fase de crise, que tomámos a opção de aumentar a nossa capacidade e dar resposta às solicitações dos nossos clientes. Nessa altura aumentamos a nossa oferta e os nossos mercados. E cá estamos. Continuo optimista.”