O Santuário de Fátima registou a presença de mais de 1,15 milhões de pessoas nas celebrações realizadas naquele templo mariano entre 24 de Julho e 10 de Agosto, anunciou hoje o reitor.
Segundo o padre Carlos Cabecinhas, este período, que coincidiu com o funcionamento da Aldeia Jovem preparada pelo Santuário para apoio aos jovens participantes na Jornada Mundial da Juventude que passassem pela Cova da Iria, teve em 05 de agosto, quando o Papa rezou na Capelinha das Aparições, o dia com mais pessoas, mais de 222.890.
Carlos Cabecinhas explicou ainda que os peregrinos que passaram por Fátima entre 24 de Julho e 10 de Agosto eram oriundos de 68 países e as celebrações tiveram lugar em 32 idiomas.
Quanto à Aldeia Jovem, o espaço de tendas de acantonamento registou o acolhimento de 2.615 peregrinos, enquanto o espaço de acampamento foi procurado por cerca de 1.500 jovens. No espaço destinado ao fornecimento de refeições, foram atendidos cerca de 15 mil peregrinos.
Outros números revelados pelo Santuário de Fátima, apontam para que, dos mais de 1,15 milhões de participantes nas celebrações, mais de 295 mil comungaram, enquanto as 619 celebrações realizadas nesse período foram oficiadas por perto de 6.650 concelebrantes.
Questionado sobre o número de peregrinos no dia em que o Papa Francisco esteve na Cova da Iria, sábado, 5 de Agosto, e que se cifrou na ordem dos 200 mil, Carlos Cabecinhas disse que o santuário “nunca apontou estimativas”, reconhecendo que “aquele era apenas um pequeno momento num programa mais vasto que era a Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”.
O Papa Francisco esteve na Capelinha das Aparições no penúltimo dia da JMJ, tendo rezado o terço com mais de uma centena de jovens portadores de deficiência ou reclusos.
Peregrinos de Fátima rezam pelos migrantes e lembram guerra na Ucrânia
Os peregrinos presentes no Santuário de Fátima rezaram esta manhã para que as nações e os seus dirigentes “evitem os nacionalismos indiferentes à sorte dos mais pobres”.
Na Oração dos Fiéis da missa internacional da Peregrinação do Migrante do Refugiado, presidida pelo arcebispo de Luanda, Filomeno Dias, foi pedido, nomeadamente, que os governantes “apliquem políticas de hospitalidade que abram as sociedades que governam aos migrantes e refugiados”.
A peregrinação de hoje decorre sob o tema “livres de escolher se emigrar se ficar”, título da mensagem do Papa Francisco para o Dia do Migrante e do Refugiado, e congrega muitos imigrantes residentes em Portugal, bem como muitos membros da diáspora portuguesa.
Para estes foi também deixada uma mensagem da Oração dos Fiéis, com o pedido de que as comunidades de portugueses e descendentes de portugueses espalhados pelo mundo “encontrem, nos países onde vivem, espaço para a sua realização e progresso económico, social e espiritual, e se mantenham fiéis aos valores cristãos que caracterizam a cultura portuguesa”.
Também a Ucrânia não foi esquecida neste momento da eucaristia presidida pelo arcebispo angolano, tendo sido rezado “pela paz no mundo, especialmente pelas vítimas do conflito na Ucrânia”.
“Que o Senhor abra o coração dos responsáveis políticos e os faça reconhecer que só em paz podemos viver como verdadeiros irmãos e irmãs”, pedia a intenção lida em polaco.
A peregrinação que hoje termina, considerada uma das maiores do ano à Cova da Iria, está integrada na 51.ª Semana das Migrações, promovida pela Obra Católica Portuguesa para as Migrações, organismo da Comissão Episcopal da Pastoral Social e das Mobilidade Humana (CEPSMH).
Numa mensagem para esta semana, a Comissão Episcopal sublinha que as migrações são um “fenómeno incontornável”, que pode “servir de instrumento para uma maior justiça social”.