Assinalado a 25 de Outubro o Dia das Compras na Net, o JORNAL DE LEIRIA foi perceber de que forma tem evoluído o comércio à distância e que factores determinam a adesão por parte dos consumidores.
Segundo conclusões da mais recente edição do Barómetro E-Commerce, produzido pela Marktest e citado pela Acepi – Associação da Economia Digital, os preços mais baixos e a entrega gratuita dos produtos são os factores mais decisivos para a escolha das lojas digitais por parte dos portugueses que compram online. De acordo com o Barómetro, no universo de 62% de portugueses que já compram online, o factor preço continua a ser o mais preponderante na definição da loja online, sendo também muito valorizado o facto de esta não cobrar portes de envio.
Ainda segundo o Barómetro E-Commerce, outros factores de escolha são: a disponibilidade dos artigos, o método de pagamento utilizado. Já a “falta de confiança na loja online” e os “preços altos em comparação com a concorrência” são razão para abandono da compra à distância.
Na nossa região, Pedro Olaio gere a marca Labuta, criada há nove anos e sediada no concelho de Leiria. A Labuta tem o seu foco no calçado, malas e acessórios e é comercializada através de loja online, bem como em estabelecimentos parceiros, que dispõem dos artigos desta insígnia.
O empresário refere que, neste caso, o comércio online tem vindo a crescer, sendo que já representa 60% a 70% do seu negócio. “Os consumidores[LER_MAIS] percebem cada vez mais que é uma forma segura, simples, confortável e até mais económica de comprar, já que dispensa deslocações. Os mais jovens estão a ensinar os mais velhos como fazê-lo, explicando que podem igualmente fazer trocas”, observa Pedro Olaio.
Constituída em 2019, pouco antes do confinamento, devido à Covid-19, a loja Mesa da Rita, da Marinha Grande, foi quase forçada a avançar com as vendas online. Dedicada ao comércio de loiça cerâmica manual (ao peso e não só), cerca de 20% das vendas anuais da Mesa da Rita são realizadas à distância, sobretudo por questões geográficas, com clientes que vivem em pontos mais longínquos do País, também no exterior, como Luxemburgo, Suíça ou Alemanha, exemplifica a proprietária.
“Os clientes pedem determinado artigo ou conjugação de peças, apresentamos as nossas propostas com fotografias ou vídeo, através de WhatsApp, e depois enviamos por correio postal”, explica Rita Cortes.
Criada num momento difícil, de confinamento, devido à pandemia, mantém-se activa a plataforma Leiriamarket, que agrega várias empresas de comércio local de Leiria, de sectores diversificados, que comercializam à distância, desde produtos tecnológicos, passando por bens alimentares, calçado, vestuário, entre outros. Lino Ferreira, presidente da Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo da Região de Leiria (Acilis) – uma das promotoras e parceiras desta plataforma – não tem dúvidas de que o comércio online cresceu e veio para ficar.
Quanto à Leiriamarket em particular, o dirigente da Acilis reconhece que existem plataformas maiores, que agregam uma oferta global. Por isso, entende, continua a ser necessário dinamizar mais a esta plataforma local, para se tornar mais conhecida, captar mais empresas aderentes, bem como mais clientes.