PUBLICIDADE
A associação Flamingo Imbatível, que está ligada à organização do festival A Porta, tem uma nova proposta para Leiria: cultura itinerante, à boleia de uma carrinha, como oportunidade para conectar pessoas, representar o território e imaginar um futuro colectivo.
O projecto chama-se MAPAS, acontece entre 1 e 12 de Julho e desdobra-se em três faces, que incluem um programa baseado na música e noutras disciplinas artísticas, cartas trocadas entre bairros e um acervo de vídeos destinado a mapear os lugares da cidade e a história dos seus habitantes.
O menu de concertos, espectáculos para a infância, conversas e artes visuais acontece sobre rodas, com o espaço de carga a transformar-se em palco e plataforma para a colaboração entre artistas, que vai porta a porta, ao encontro da população em diferentes comunidades e geografias.
Na internet, o MAPAS quer registar ruas, pessoas e narrativas através da criação de vídeos.
O terceiro pilar é uma corrente de cartas sobre Leiria e o futuro, escritas por personalidades da cultura e da vida da cidade, que se dirigem a alguém noutro ponto do tecido urbano sob a expectativa de um mundo melhor e pós-pandémico.
Verdadeiramente, explica Gui Garrido, da organização, a carrinha é “um centro cultural móvel”, “um veículo de informação”, que contribui com rotas para o objectivo do MAPAS: procurar caminho, conhecer, escutar, explorar possibilidades.
MAPAS como senha para mobilidade, acessibilidade e proximidade artística e social, numa iniciativa que – “respeitando as normas de distância física” e “saudável” em tempos de Covid-19 – também pretende fomentar a participação, combater desigualdades, derrubar fronteiras e levar a cultura aos sítios mais improváveis, nos quatro cantos do concelho.
Este ano não há festival A Porta, cancelado devido às restrições impostas pela pandemia. “O mundo mudou” e o MAPAS surge como modelo alternativo para criar e partilhar. Mas Gui Garrido garante que este “não é um projecto de reacção”, pelo contrário, “é um projecto de acção”. Que a associação Flamingo Imbatível pretende sustentável e a continuar vivo nos próximos anos.
São “os primeiros quilómetros” de um roteiro que sai em busca de “um espaço de diálogo” e de “construir em conjunto”. Em Leiria ou noutro destino. “Há uma vontade de percorrer caminho a nível nacional”, afirma ao JORNAL DE LEIRIA.
Numa fase crítica para o sector, no contexto de uma ampla transformação económica e social, o projecto MAPAS propõe reinventar o acesso à cultura, colocando-a em movimento. E ambiciona despertar para a urgência da arte como elo de união que viabiliza narrativas e provoca memórias.
