O Agrupamento de Escolas Marinha Grande Nascente pondera reorganizar a rede escolar, desde o pré-escolar até ao 3.º ciclo. A avançar, a reorganização trará mudanças em várias escolas, podendo uma delas encerrar. Não há decisões definitivas, mas já se sente contestação junto de pais ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA.
O assunto foi levado a reunião de câmara pelas vereadoras Lara Lino e Alexandra Dengucho (CDU), que tiveram conhecimento de eventuais alterações através dos pais, depois destes [LER_MAIS]se terem reunido com professores do agrupamento.
Lara Lino realçou que os encarregados de educação se opõem ao fecho de escolas básicas de 1.º ciclo, bem como à integração dos filhos na escola-sede, a Nery Capucho, o que significa reunir crianças “dos 6 aos 14 anos”, num estabelecimento que não foi projectado para os mais novos e onde não existe parque infantil, exemplificou.
“Mais lógico”, argumentou, seria criar melhores condições em cada escola de proximidade, evitando a falta de alunos numas e a concentração noutras, como sucede na EB1/JI João Beare, que tem “cerca de 200”.
Ana Alves Monteiro, vereadora da Educação, disse que a autarquia não tem papel activo na decisão de encerramento de escolas, estando a acompanhar o processo na medida em que seja preciso reorganizar transportes, refeições e actividades.
Os cenários em análise, informou, passam por encerrar a EB1 da Amieira, onde existem poucos alunos, transferindo-os para a EB1 das Trutas. No caso de Picassinos, a proposta é cingir-se aos 1.º e 2.º anos de escolaridade, passando a EB1 de Albergaria, a acolher os de 3.º e 4.º anos.
Em alternativa, a Nery Capucho poderá receber crianças destas EB1, bem como da EB1 João Beare e de outras escolas deste eixo geográfico, informou a autarca, acrescentando que a Nery Capucho estuda ainda passar algumas turmas de 3.º ciclo para a secundária Pinhal do Rei.
Criar uma sala de pré-escolar na EB1 do Engenho é outro cenário em avaliação.
Alexandre Silva, encarregado de educação de um aluno da EB1 de Albergaria, disse ao nosso jornal que os pais preferem manter turmas mistas nesta escola do que matricular os filhos em Picassinos ou na Nery Capucho, escola de “grande dimensão”, que “não tem condições” para receber os mais pequenos.
“Nenhum pai vê com bons olhos o fecho da EB1 da Amieira”, expôs ainda Isa Paixão, para quem “nem tudo pode passar pela redução de custos”.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Ana Alves Monteiro frisa que a reorganização é um processo concertado entre os três agrupamentos, a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e o município, visando “criar as melhores condições pedagógicas aos alunos, permitindo uma aprendizagem mais diversificada, melhores instalações e a possibilidade de uma maior cooperação entre professores, que amplie a dinâmica lectiva”.
Até ao fecho de edição não foi possível obter esclarecimentos junto do Agrupamento de Escolas Marinha Grande Nascente.