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Home Opinião

Massacre silencioso

João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO por João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO
Fevereiro 21, 2019
em Opinião
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Massacre silencioso
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O número de mulheres vítimas de violência doméstica voltou a estar na ordem do dia. São dados que nos deveriam envergonhar a todos. Não pela quantidade de casos ocorridos desde o início do ano, que um só já seria de mais, mas porque este massacre silencioso se repete dia após dia e ninguém nem nada o parece conseguir travar.

Muitas têm sido as explicações dadas para o fenómeno. Algumas fundamentadas no saber técnico e especializado, outras apenas no saber empírico.

Todas elas tentam apresentar soluções possíveis para travar esta desumanidade, esta coisa bárbara que é a de haver uns homens – que o são apenas de nome – capazes de humilhar, maltratar, escravizar, violar, matar as mulheres que se cruzam na sua vida.

E elas são as mães dos seus filhos, as suas próprias filhas, as esposas, as companheiras, as colegas. São elas, as vítimas, a representação de todas as mulheres que estes energúmenos, na sua virilidade flácida, se acham no direito de olhar de cima para baixo.

Naturalmente que não tenho a pretensão de aqui apresentar uma solução. Seria apenas mais uma, inútil e pouco credível, quando outros mais sabedores terão já, por estudo e ciência, refletido sobre o tema.

Assim, é tãosomente o modesto entendimento sobre uma realidade que diariamente eu e a minha equipa clínica nos confrontamos. Sempre e sempre com amargura, com um sentir de impotência, de não podermos agir direta e imediatamente face a uma cruel realidade que ultrapassa a nossa possibilidade de intervenção.

São mulheres, crianças e adolescentes que nos descrevem um clima de tortura permanente que vivem em sua casa e nas suas relações. Por vezes tão subtil que quase indizível mas sempre muito difícil de provar.

Perversa, sempre!  [LER_MAIS] Há um velho aforismo que prega que para grandes males, grandes remédios. Talvez?

A experiência da vida nem sempre mo confirmou. Pelo contrário, tenho a convicção que as grandes mudanças se operam nos pequenos gestos, continuados, persistentes, somados um a um até fazerem um todo maior.

Costumo lembrar a algumas destas vítimas que se sentirão como ilhas, mas que várias delas quando juntas já são um arquipélago, um corpo visível, palpável e cuja voz se poderá fazer ouvir.

Amiúde nos escandalizamos quando temos notícia de outras paragens, culturas, civilizações, onde as mulheres e as crianças são entendidas como seres menores.

Discutimos o assunto, empolgamo-nos, voluntariamo-nos para mudar tal barbárie. Tudo isto, claro está, no conforto da nossa roda de amigos, à mesa do café. E ao nosso lado?

A bravata é consistente ou é preferível desviar o olhar e fingir que não vimos? Quantas vezes nos escudamos no gasto “isso é lá com eles” ou no cobarde “entre marido e mulher não ponhas a colher”? Basta.

Que cada um de nós tenha a coragem de querer mudar este estado de coisas. Que cada um de nós diga, intervenha, manifeste o seu desconforto quando na roda de amigos, no local de trabalho, na escola, na rua, onde quer que seja, testemunhe alguém que maltrata ou que perpetue um pensamento ou discurso que leve à aceitação de quaisquer recursos para dominar e infligir dano a outro.

Que cada um de nós assuma o compromisso de uma cultura cívica que deixará como herança. Não intervir quando somos testemunhas de alguém que maltrata o outro é pactuar, é ser cúmplice deste massacre silencioso.

*Psicólogo clínico
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: João Lázaroopinião
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