Quer optimizar processos em diferentes setores da sua empresa? Pretende criar um novo modelo económico? A matemática pode ajudar.
Entre 1 e 5 de Julho, dezenas de matemáticos vão estar em Leiria e na Marinha Grande para resolverem os problemas apresentados por quatro empresas portuguesas, no âmbito da 155.ª edição do European Study Group with Industry (ESGI).
Organizado pelo Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP) e pelo Departamento de Matemática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (DMAT-ESTG) do Instituto Politécnico de Leiria, o evento tem como objectivo “promover a transferência de tecnologia matemática para o contexto empresarial e industrial”, adianta Paula Faria, responsável da comissão organizadora do evento.
Segundo a investigadora do CDRSP e docente do DMAT-ESTG, o que se pretende é “o aumento da competitividade tanto dos grupos de investigação envolvidos bem como da indústria nacional, de modo a acrescentar valor à cadeia de produção”.
Os ESGI iniciaram, em 1968, na Universidade de Oxford, Inglaterra, e contam já com mais de 150 edições em toda a Europa. Portugal não é excepção e, no ano passado, a candidatura do CDRSP foi aceite, convidando depois o DMAT ESTG para se juntar à sua organização.
“O modelo dos ESGI que tem existido nas diferentes edições tem a duração de uma semana, onde as empresas apresentam problemas que são resolvidos por um grupo internacional de matemáticos. A ideia é encontrar uma solução melhor do [LER_MAIS] que aquela que a empresa já tem, de preferência a solução óptima do problema”, afirma Paula Faria.
A organização do CDRSP/DMATESTG trouxe algumas novidades. A comissão entendeu realizar dois pré-encontros: os International Workshops FromACADEMY e FromINDUSTRY. No primeiro, a Academia partilhou a experiência de edições anteriores, na resolução de problemas de empresas como a TAP e a Grohe com a academia e com a indústria que estiveram na audiência. No segundo, empresários de diferentes zonas do país apresentaram desafios, “onde a matemática pode desempenhar um papel crucial na sua resolução”.
A organização vai agora seleccionar quatro destes desafios. “A escolha recai sobre problemas que a matemática consiga resolver numa semana.” Até lá, a organização irá formular cada um dos problemas e recolher todos os dados necessários para apoiar a sua resolução.
Empresas pela matemática
Nas últimas edições realizadas em Portugal já participaram empresas como a TAP, a Iberomoldes, a Critical Software ou a REN. Participam também estudantes de doutoramento de várias universidades estrangeiras.
“Na edição Irlandesa uma empresa paga 10 mil euros. Em Portugal, o valor ronda os 1000 euros. Não é fácil ter uma massa crítica desta relevância a trabalhar intensamente durante uma semana na resolução do problema de uma empresa”, afirma Paula Faria.
A responsável pela comissão organizadora salienta que grandes empresas como a Mercedes, a Repsol ou a Michelin “já há muito tempo que reconheceram o papel preponderante da Matemática, integrando matemáticos nos seus quadros”.