As origens (do lado do pai) ligam ao concelho de Pombal. É lá que vivem os avós, que continua a visitar regularmente e de quem, em criança, recebeu “um pequeno teclado de brincar” – o primeiro encontro com a magia criada pelos próprios dedos como quem dirige um conjunto de músicos invisíveis.
Hoje, Máximo estuda na Holanda (frequenta a licenciatura em Composição de Jazz na universidade Codarts, em Roterdão) e é considerado um dos mais promissores pianistas da sua geração. Já tem um álbum editado, a que chamou Greatest Hits. Este domingo, 21 de Janeiro, vai apresentá-lo ao vivo no Museu de Leiria (pelas 18:30 horas) na abertura do ciclo Capítulo de 2024.
Talvez o melhor cartão de visita para o potencial de Máximo Francisco seja o texto de opinião que o promotor musical João Brilhante assina na edição do JORNAL DE LEIRIA de 11 de Janeiro. “Ainda agora vai no início da carreira e já tem o seu nome referenciado nas principais publicações nacionais”, escreve, depois de recordar o concerto de lançamento de Greatest Hits, no Lux, em Lisboa. “Era capaz de apostar tudo na roleta, em como vamos ouvir falar muito deste grande talento nos próximos anos”. A nota de divulgação partilhada pelo Museu de Leiria vai no mesmo sentido: “Artista prodígio, Máximo iniciou aos sete anos o seu percurso na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional”, pode ler-se. “Não obstante a sua formação clássica e formal, desde os seis anos que faz incursões a todidactas na composição de peças originais, revelando desde cedo uma aptidão particular para a fusão de diversos estilos musicais”.
Em Greatest Hits, estão reunidos 12 temas para piano a solo que Máximo escreveu entre os 9 e os 19 anos. O mais antigo é “mártires”, antepenúltima faixa do álbum. “Foi-se transformando mas a essência está lá”, comenta com o JORNAL DE LEIRIA.
No próximo domingo, o artista natural de Coimbra, que já actuou em Paris no clube de jazz Sunset / Sunside, deverá tocar, também, algumas músicas do EP que espera lançar no mês de Abril, para trio de bateria, baixo eléctrico e piano. “Quero mostrar que sou um compositor para outros instrumentos”, explica. “Não me quero fechar só num estilo e também quero colaborar com outros músicos”.
Com influências de Bill Evans e Herbie Hancock a Robert Glasper e de João Gilberto e Tom Jobim ao hip hop, Máximo, actualmente com 20 anos, é, por outro lado, o produto do ambiente em que cresceu com a família, em Lisboa, a partir de onde a mãe trabalha como directora de arte na indústria do cinema. “Ouvimos sempre muita música e muita música diferente”, descreve. “A música para mim foi sempre como um reflexo tal como jogo à bola ou outra coisa qualquer”.