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Home Abertura

Médico de família, um confidente que cuida da pessoa do nascimento à morte

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Maio 29, 2025
em Abertura
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Médico de família, um confidente que cuida da pessoa do nascimento à morte
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São jovens, escolheram a especialidade de Medicina Geral e Familiar (MGF), a emigração não os seduz e acreditam no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mesmo com os seus defeitos. O sector privado ainda não é uma opção para os quatro clínicos ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA, no âmbito do Dia Mundial do Médico de Família, que consideram o médico de família um confidente e aquele que conhece o doente como ninguém.

“Trata-se da especialidade mais complexa e também mais completa e é isso que leva hoje em dia muitos jovens a optar pela MGF”, adianta André Dias, 35 anos, natural de Vendas Novas.

Médico de família na Unidade de Saúde Familiar (USF) Vitrius, na Marinha Grande, o especialista afima que se trata de “uma especialidade que se ocupa do ser humano desde o seu nascimento até à sua morte”.

“Enquanto muitos colegas de outras áreas médicas dizem aos seus doentes: isto não é comigo, aos médicos de família é-lhes exigido que saibam sobre todas as áreas do conhecimento médico”, assume.

Esse é o desafio da MGF, que tem conquistado mais jovens para esta especialidade, vista por muitos como pouco glamorosa, estigma que se tem esbatido. André Dias garante que foi a complexidade e completude da MGF que o apaixonou.

As mesmas razões que conquistaram Beatriz Correia, 26 anos, Catarina Custódio, 28 anos, internas de MGF, e João Cardoso, 31 anos, médico, todos na USF Santiago, em Leiria. A especialidade de MGF foi reconhecida em Portugal em 1990 e trouxe um novo olhar para o papel do médico que acompanha o utente no seu todo.

Para Catarina Custódio, o médico de família “tem muita proximidade com os utentes”, baseia-se em consultas, valência que prefere, muito mais do que cirurgia ou urgência hospitalar.

“Fascina-me pela continuidade de cuidados, pela transversalidade de problemas e pelo impacto muito importante que conseguimos ter a longo prazo na vida das pessoas”, destaca a jovem natural de Leiria.

Pessoas saudáveis

O médico de família é “para toda a gente”, sublinha Beatriz Correia, ao referir que a porta está sempre aberta e é alguém que “tenta manter as pessoas saudáveis”, apostando na prevenção.

João Cardoso e André Dias reforçam o papel de alguém que escuta o utente no seu dia-a-dia. “Temos o privilégio de os conhecer no seu contexto e na comunidade, o que é bastante gratificante”, refere João.

André acrescenta que muitos utentes lhe dizem que faz parte da família. “Ouvimos muitas confidências, que antigamente eram os senhores padres que escutavam. Além dessa intimidade que se cria entre o médico e o doente, há uma relação de confiança. Há utentes que vão a outros especialistas e vêm perguntar-nos se validamos o que o colega prescreveu.”

Estes laços e o reconhecimento da preparação do médico de família é também evidenciado por muitos pais que optam por seguir as suas crianças nas unidades de saúde, ao invés do pediatra. O mesmo se passa com grávidas, independentemente da capacidade financeira, que abdicam do obstetra.

“Acredito que grande parte dos portugueses já vê o seu médico de família como um profissional capaz de lidar com as mais variadas situações de doença. Muitas vezes somos psicólogos, amigos, assistentes sociais… e resolvemos diversos problemas”, confessa André Dias.

Quando terminou o curso, este médico gostava de todas as áreas da medicina. “Sabia que não era tão vocacionado para as áreas cirúrgicas, aquela parte mais técnica de ter. Gosto muito mais da presença do ser humano consciente à minha frente.”

O mesmo sentimento tem Catarina Custódio, que realça a “continuidade de cuidados, pela transversalidade de problemas” e o impacto que acredita que têm a longo prazo na vida das pessoas. Desde cedo João percebeu que não se identificava com a vertente hospitalar.

“É o contacto com o utente que me deixa mais feliz e realizado e é isso que me faz viver muito intensamente a medicina e me leva todos os dias a acordar com vontade de vir trabalhar.”

A especialidade de MGF não atraiu de imediato Beatriz, mas o caminho para ser médica de família surgiu para ter tudo o que gostava. “Não queria abdicar de estar com pessoas de nenhuma idade. Não queria abdicar de estar com crianças, mas a pediatria não era para mim. Também gosto muito da saúde materna e da mulher, mas a especialidade de obstetrícia e ginecologia também não seria para mim e também gosto muito da geriatria.”

A MGF “é uma especialidade bastante nobre, tendo em conta que vê o utente no seu todo”. O médico de família quase que “junta as pecinhas todas, porque os utentes são seguidos,por vezes, em diferentes consultas”.

Além disso, há um acompanhamento da família. João e Beatriz privilegiam também a sua própria família e tempo próprio, pelo que a conciliação com a profissão é importante. Nos Cuidados de Saúde Primários não fazem noites e raramente trabalham aos fins-de-semana. Catarina Custódio destaca a “qualidade de vida que proporciona, no sentido de permitir ter um horário mais previsível e mais estável, sem urgências de 24 horas”. Não obstante, reforça que é a sua paixão pela especialidade que a faz ser médica de família e porque acredita que pode contribuir para melhorar os cuidados de saúde.

Esta interna entende que o médico de família centraliza os cuidados. “É a porta de entrada para muitas outras especialidades e também um médico articulador de muitos profissionais, de enfermagem, administrativos, nutricionistas… É realmente a primeira linha em muitos casos.”

Ir ao médico para… falar

Os domicílios são uma “mais-valia enorme em termos de conhecimento do contexto do doente”, aponta Catarina.

“Há utentes mais idosos que ainda vestem o melhor fato para vir ao médico, e isso muitas vezes não é um reflexo da realidade do contexto em que vivem. Os domicílios acabam por nos mostrar a realidade em que vivem os nossos utentes”, constata.

Esse conhecimento contribui para que o médico de família tenha possibilidade de intervir na integração de cuidados com as instituições da comunidade do ponto de vista social. “Quando o médico reconhece que há fragilidade social ou um défice socioeconómico, activa os mecanismos de suporte, contactando, por exemplo, assistentes sociais.”

O isolamento social é também detectado em muitas consultas, sobretudo, com os idosos, que vão ao médico para conversar. Apesar de fisicamente poderem estar bem, Catarina alerta que esse é um sinal que algo se passa.

“Se nos procura para conversar, geralmente há algum problema subjacente e pode ser um isolamento social, que não deixa de ser um problema médico. Cabe-nos a nós perguntar e explorar.”

Tem ainda um papel preponderante na prevenção, ajudando ao esclarecimento, à realização de rastreios de vários cancros e ao controlo de doenças crónicas. João Cardoso salienta a intervenção do médico de família na identificação precoce de doenças, impedindo, muitas vezes, de se tornarem fatais.

“Estamos na primeira fila da vida de um doente e sentimos o carinho dos utentes, o que nos conforta o coração.” Esse reconhecimento é muitas vezes expresso através de pequenos mimos. É comum receberem chocolates, bolos, couves ou ovos, como forma de agradecimento.

Emigração e sector privado? Não obrigado
 
Entre 2020 e 2024, foram pedidas quatro Certidões de Directiva Europeia, por parte de jovens especialistas de Medicina Geral e Familiar inscritos na sub-região de Leiria da Ordem dos Médicos para poderem trabalhar no estrangeiro. Apesar da compensação financeira ser atraente, os jovens médicos ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA não têm a emigração como prioridade.
Beatriz Correia confessa que ir para fora nunca a atraiu. “Gosto muito da minha especialidade e da forma como está organizada em Portugal. Apesar dos problemas do Serviço Nacional de Saúde, ele é um serviço universal, gratuito e acessível, e dá respostas a quem não tem outra possibilidade, o que nem sempre acontece noutros países”, diz, admitindo que gosta de viver em Leiria e de estar junto da família e amigos.
Estas são razões idênticas para o não de Catarina Custódio.
João Cardoso formou-se em Espanha e estagiou no Reino Unido, mas o plano foi sempre voltar para Portugal. “Mesmo que muita coisa esteja mal, Portugal é um País muito bom e a família é importante. Sou médico de muitas famílias, mas também valorizo muito a minha.” Para estes especialistas, o privado também está fora de questão… por enquanto.
“Já fui abordado por um grupo privado, mas gosto muito da maneira de trabalhar da MGF no SNS. É uma metodologia de trabalho de muita parceria com o enfermeiro de família, algo que os grandes grupos privados ainda não conseguem oferecer.”
Beatriz Correia concorda e adverte que possivelmente, as crianças seriam encaminhadas para o pediatra e as grávidas para o obstetra. João subscreve e destaca o sentido de responsabilidade que o médico de família do SNS tem na sua comunidade.
“Isso é uma mais-valia do nosso trabalho, para além de ter a felicidade e o privilégio de estar inserido numa excelente equipa, numa excelente unidade, que tenta sempre melhorar a nível do tratamento e da prevenção das doenças com os utentes. O médico de família faz realmente a diferença na vida das pessoas e essa figura ainda não existe no privado.”
Etiquetas: aberturacuidados de saúde primáriosJovens médicosmedicina geral e familiarMédicos de FamíliasaúdesociedadeUSF SantiagoUSF vitrius
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