Echos from a liquid memory é um álbum e é, também, uma performance, que Carincur vai apresentar em Leiria, esta sexta-feira, 22 de Setembro, no antigo paço episcopal, com acesso limitado a 100 espectadores. “Sou eu, um aquário e um dispositivo electrónico que construí de propósito para poder criar sons debaixo de água”, resume. Cada espectáculo “é único”. E, também, intenso, tanto para a artista como para o público. “É sempre um lugar muito bonito, no final, sempre emotivo”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “Já tive pessoas que vieram agradecer a chorar”.
Carincur é uma das faces do movimento experimental e transdisciplinar Zabra, com sede em Lisboa. Na peça Echos from a liquid memory a artista apresenta-se no interior de um tanque em acrílico (submersa) para protagonizar um concerto que tanto vive de elementos sonoros pré-gravados como de outros gerados em tempo real com a voz e com o corpo, cujo efeito é ampliado por dois hidrofones. Na peça, que explora “artes visuais, sonoras e digitais” simultaneamente, “a composição musical e visual é levada ao limite das suas possibilidades”, lê-se na nota de divulgação. O design de luz é da autoria de João Pedro Fonseca.
Como noutras apresentações, Echos from a liquid memory vai materializar-se num espaço não convencional, porque “há uma intimidade que é pretendida” e que pede um cenário “mais cru”.
Carincur, que tem novo álbum, editado já em 2023, explica que a performance “passa muito por tentar criar uma experiência imersiva que se torna colectiva porque [remete] para o pré-nascimento e lembra que somos feitos de água e que viemos da água”.
Nos pisos inferiores do antigo paço episcopal, actual Loja do Cidadão, vai funcionar a plataforma de criação artística Black Box, ainda em obra.