“Quando estivemos lá em 2015 ficou muita coisa por explorar”, diz João Fernandes sobre o Castelo de Leiria, a que o Metadança regressa em 2023, com três apresentações.
O monumento, em que o coreógrafo reconhece “imenso potencial”, está diferente, depois das obras concluídas em 2021. “Mais contemporâneo”.
Entre outras intervenções, a abertura das antigas cisternas ao público e a renovação da Igreja da Pena (agora coberta) oferecem “novas perspectivas” que o festival de artes performativas se propõe explorar.
No domingo, 23 de Abril, alunos do terceiro ano da licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança iniciam no Castelo de Leiria uma residência artística que decorre até 28 de Abril e que visa criar momentos originais e inéditos, através da metodologia site-specific, a apresentar nos dias 29 (com sessões às 11:30 e 14:30 horas) e 30 (pelas 11:30 horas).
“Este regresso [do Metadança] ao Castelo será certamente diferente do de 2015, porque o Castelo acaba por ter espaços renovados e espaços novos”, salienta João Fernandes. A visita guiada, no domingo, marca o começo do processo criativo e vai proporcionar novos olhares sobre a fortaleza medieval.
Também no dia 23, mas no Museu de Leiria, é inaugurada a exposição colectiva de fotografia de dança contemporânea Tecido, com curadoria de Rute Violante e João Fernandes, que reúne imagens captadas em edições anteriores do Metadança, da autoria de Cláudia Cardoso, Cristiano Justino, Diana Carvalho, Marta Capitão, Nuno Lima, Rute Violante e Vilma Serrano. Tem como mote a ideia de que “o passado é matéria-prima para se tecer um futuro consciente”.
A edição deste ano do Metadança, que é a décima primeira, volta a juntar estudantes e profissionais – “desde a origem do Metadança temos uma ligação muito grande à Escola Superior de Dança”, assinala João Fernandes, que é programador do festival de artes performativas em Leiria e professor e subdirector da instituição sediada em Lisboa – e torna a acontecer em espaço público e também num palco convencional, o Teatro José Lúcio da Silva, onde, no sábado, 29 de Abril, com início às 21:30 horas, vão ser estreadas duas novas criações, de Mónica Monteiro e do próprio João Fernandes.
O espectáculo a alegria que inventei era só um modo de ir embora, para ver, então, no Teatro José Lúcio da Silva, com direcção e concepção de João Fernandes, tem música de Mikael Karlsson e Iannis Xenakis e co-criação e interpretação de Beatriz Dias, Dalila Ribeiro, Daniel Pirata, Inês Arrenegado, Joana Sousa, Juliana Graxinha, Maria Teresa Costa e Marta Cardoso. Na mesma noite, é apresentado Cabeça por Cabeça, com co-criação e interpretação de Beatriz Lourenço, Carolina Sendim, Mário Santos e Rafael Pinto, e música de Acidbaby, para uma criação assinada por Mónica Monteiro, finalista do mestrado em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais da Escola Superior de Dança.
“O Metadança acaba também por ser um espaço para dar visibilidade e para materializar obra”, comenta João Fernandes. “Para mim, é importante olhar para o festival nessa perspectiva”.
Com o apoio do Município de Leiria, o Metadança tem vindo a crescer e a oferecer melhores condições de acolhimento, segundo o subdirector da Escola Superior de Dança, que confia na adesão do público e, também, dos muitos estudantes de dança em Leiria: “A experiência como espectador é fundamental, independentemente de os alunos quererem ou não seguir dança”.