A Scherzo Eventus é o agente cultural mais jovem de Leiria. Quais são as iniciativas em que está envolvida?
A Scherzo é uma agência que fundei e que tem muitos projectos associados, desde o In Music, à música da Disney e, agora, os Filmes dos Anos 90, a música de Hogwarts e A Vila Compasso, do João Gaspar. Em Setembro, no dia 18, teremos a apresentação do primeiro momento da nossa agenda, que é o In Music e teremos o Fernando Alvim como convidado. Será uma espécie de pequena festa de apresentação onde se falará de todos os convidados que irão passar por Leiria, de Novembro a Maio, haverá momentos musicais e alguns momentos de humor com o Fernando.
A lista de convidados da edição deste ano do In Music ainda está no segredo dos deuses?
Sim. Os nomes que estão nela só se saberão no dia 18 de Setembro.
Melómano
Natural de Cortes, Mickael Faustino iniciou-se no mundo da música na banda da Filarmónica das Cortes, Leiria. Concluiu a licenciatura na Esmae, no Porto, e, de lá, seguiu para o mestrado na Hochschule für Musik und Theater, em Lepzig, na Alemanha. O trompista integrou algumas das mais prestigiadas orquestras de jovens do mundo como a Gustav Mahler Jugend Orchester, Schleswig Holstein Orchester Academy ou The World Orchestra. Regressou a Portugal e, em Leiria, está a dar aulas nas bandas filarmónicas da região, além de ter vários projectos musicais e de ser presença assídua na Orquestra Gulbenkian, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto.
E o perfil dessas pessoas, pode saber-se?
Modéstia aparte, será uma lista onde estarão os melhores músicos clássicos portugueses. São pessoas que estão no topo das orquestras sinfónicas… Este ano, porém, iremos fugir um bocadinho da música clássica e vamos integrar uma pessoa ligada ao jazz que é daqui, da zona de Leiria. Estamos a tentar preparar um pequeno lanche para quem assistir às sessões do In Music, pois a minha ideia é fazer delas uma pequena festa no Teatro Miguel Franco.
Da programação da Scherzo Eventus, fazem parte mais dois grandes eventos, ainda este ano.
Sim. Já no dia 27, vamos ter a Música do Grande Cinema, Back to 90's!, no Teatro José Lúcio da Silva, com vários convidados. Vamos passar imagens e ouvir a música dos filmes que fizeram a década. É um conceito semelhante ao que tivemos no concerto da Disney, no ano passado. Será um fim-de-semana ligado à sétima arte. Haverá muitos convidados da cidade ligados à música, que irão ajudar na interpretação dos temas. Teremos o Márcio Menino, a Inês Catraia… o Marco Pinheiro, o João Maneta, o Adelino Oliveira, o Manuel Oliveira, a Estela Alexandre ou a Matilde Margalho…
E de fora?
Teremos o Luís Represas. Ele cantou a banda sonora portuguesa do Tarzan, já faz 20 anos. Pensei que seria fantástico que ele subisse ao palco para voltar a interpretar as canções desse filme. Felizmente, ele aceitou esse desafio que lhe coloquei.
São filmes que marcaram a sua infância?
Sim. Basicamente, são todos aqueles filmes que vi quando tinha seis, sete ou oito anos. São também os meus filmes! Acredito que será uma noite muito boa porque teremos muita, muita gente em cima do palco. É um concerto que liga gerações através do grande ecrã, transportando o público numa odisseia cinematográfica, através do sentido da audição ao som das bandas sonoras que marcaram os anos 90. Filmes como Rocky, Armageddon, Tarzan, a Lista de Schindler ou Titanic vão invadir a plateia, através dos temas musicais que os identificam. Vamos levar o público a reviver algumas das melhores cenas da história do cinema.
Haverá conversas sobre os filmes?
Não, neste concerto, haverá apenas música do início ao fim. Enquanto passam imagens do filme, os músicos tocam e cantam.
O terceiro grande evento, será Hogwarts, a Maior Escola de Magia e Feitiçaria do Mundo…
Felizmente, é sempre muito procurado. Não temos ainda casa cheia, mas está muito bem composta. Também este evento começou com um concerto pequeno dedicado à Disney… no processo, acabei por conhecer uma pessoa que organiza o Festival Harry Potter, em Loulé, que [LER_MAIS] junta sempre cerca de cinco mil pessoas, todas fãs ferrenhos do Harry Potter. Ela desafiou-me a fazer em Leiria algo à volta desse universo e eu expliquei-lhe que, por acaso, até já tinha uma data fechada para o fazer, o dia 29. O resultado é que, além da música, vem toda a comunidade da magia portuguesa. Será um concerto acústico pela Camerata 9 e 3/4 que interpretará temas das bandas sonoras dos filmes. Quem quiser, pode vir vestido de Harry Potter ou de uma das outras personagens. Passou de um concerto a um evento… e a minha ideia é, quem sabe, um dia, fazer uma coisa maior. Desta vez, haverá comida típica dos filmes, bebidas, jogos, passatempos.
Haverá um torneio de Quidditch – o jogo mais popular nesse universo?
Sim, em princípio também haverá. A sessão vai começar às 14:30 horas, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, e quem quiser pode chegar mais cedo, pois o concerto será apenas às 16:30 horas. Todo o espaço do teatro vai estar ocupado com adereços e pedaços do imaginário dos filmes do Harry Potter. Tenho de dizer ainda que todos estes eventos irão contribuir para a APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria, com uma parte do dinheiro recebido. É importante ajudarmos estas causa com aquilo que podemos.
Que balanço faz da última edição do In Music?
Penso que foi muito bom. É óbvio que sou exigente e gostaria que, em vez das sessões com 100 pessoas a ouvir falar de música clássica, houvesse 200 pessoas. Mas tenho de dar os parabéns à cidade por ter investido, porque, nem toda a gente investe em palestras musicais. Leiria tem evoluído imenso musicalmente. Há sempre coisas a acontecer. Estive a viver muitos anos na Alemanha, mas sempre que vinha cá, sentia que havia mudanças. Os nomes que passam pelo José Lúcio são cada vez mais sonantes… Mas, no In Music gostava de ter lá visto toda a gente da música, da clássica, ao jazz, indie ou rock. A minha ideia é, com o tempo, levar outros convidados desses estilos, para falarem da sua música. Este ano, um deles é músico do António Zambujo. Ele estudou música clássica… Vai ser bom falarmos sobre essa experiência. Mas o balanço que faço do In Music é positivo. O maestro Vitorino de Almeida, que foi um dos convidados este ano, disse-me que eram um sucesso, pois, numa palestra musical, ter 50 pessoas já era bom. E nós tivemos 100. De Novembro a Maio, teremos sete convidados, em sete domingos, uma vez por mês. Convidei o Fernando Alvim para a primeira ses- são porque ele está e esteve ligado à rádio e à música clássica e sabe falar muito bem desse tema.