PUBLICIDADE
Conseguir fazer marca de qualificação para a mais importante prova desportiva do planeta e não poder ir é algo de muito frustrante, não acha? Todos achamos, mas pode muito bem acontecer a um nadador que todos os dias treina na piscina de Leiria.
A não ser que inverta a situação no Campeonato da Europa de natação adaptada, competição que arranca no próximo sábado, no Funchal.
Entre as várias centenas de atletas que irão competir na Madeira vai estar David Carreira. O nadador do Bairro dos Anjos vai participar em nada menos do que quatro provas, mas irá focar todas as atenções nos 100 metros mariposa, a sua grande especialidade.
E porquê? Nesta prova, o nadador de Alqueidão da Serra, Porto de Mós, tem dois objectivos concretos. O primeiro: sendo o detentor da quarta melhor marca entre os participantes da categoria S8, poderá almejar à conquista da sua primeira medalha internacional. O segundo: é a tal história que se prende com os Jogos Paralímpicos.
Em Julho último, David Carreira, que nasceu sem o braço esquerdo, alcançou – e por mais de um segundo (1.05,96 minutos) – a marca de qualificação para o Rio de Janeiro nos 100 metros mariposa (1.07,15).
Apesar de naturalmente feliz pelo resultado obtido, nunca quis deitar os foguetes antes da festa. Tinha a noção que tendo em conta a fragilidade dos resultados alcançado pelos atletas portugueses em grandes competições internacionais, a quota de atletas lusos no Brasil poderia ser reduzida.
Entretanto ficou a saber-se que Portugal poderia levar dois rapazes e uma menina. Más notícias para David Carreira que, se os Jogos Paralímpicos fossem hoje, ficaria de fora da aventura de uma vida.
A escolha dos portugueses que irão competir no Estádio Aquático Olímpico será feita pelo ranking mundial na respectiva prova.
Neste momento, David Carreira tem a 12.ª melhor marca mundial nos 100 metros mariposa, mas tanto David Grachat como Nélson Lopes estão mais bem classificados do que ele, apesar de estarmos a falar de categorias e de provas diferentes.
Solução? Bater o recorde nacional e melhorar a classificação na hierarquia mundial.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.
