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Quase todos os partidos políticos falam em mudança, nomeadamente durante as campanhas eleitorais, mas muito poucos fazem as mudanças que anunciam, o que se deve normalmente ao conservadorismo próprio da actividade política. Por outro lado, nem toda a mudança é desejável, ou positiva, nomeadamente quando as mudanças têm a sua origem em preconceitos ideológicos ou são motivadas para servir os interesses das clientelas do poder.
O facto de as mudanças poderem ser positivas ou negativas faz com que seja desejável a existência de uma estratégia nacional que ultrapasse o tempo de uma ou duas legislaturas. Isto é, a existência de uma estratégia, se possível consensualizada entre os diferentes partidos, dá um sentido de direcção aos governos e as mudanças são feitas para aprofundar a estratégia definida e não no sentido inverso.
Infelizmente, não havendo em Portugal uma estratégia conhecida e menos ainda consensualizada entre os diferentes partidos, as mudanças ou não são feitas, ou são feitas de forma arbitrária e frequentemente contraditória, causa de enormes desperdícios em investimentos ruinosos e em políticas que se anulam umas às outras. A lista dos desaires nacionais é longa e continua a crescer, sem que os diferentes partidos com acesso ao poder tenham, ou mostrem ter, a consciência dessa realidade.
*Empresário
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