Em Portugal, “a carne de porco é de tal maneira barata que só a podemos valorizar diferenciando-a”. É precisamente isso que a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) pretende com a insígnia porco.pt, a “primeira marca de certificação da carne suína 100% portuguesa”.
Segunda-feira, em Leiria, na apresentação do projecto, o presidente da FPAS explicou que esta marca traz uma “mais-valia nítida em relação à carne commodity que se vende em Portugal”. A certificação porco.pt assegura “qualidade superior garantida”, porque os animais têm de ser produzidos de acordo com um “caderno de especificações exigente”.
Genética, práticas de criação, maneio, carga dos animais, transporte e descarga, espera e maneio no matadouro são alguns dos aspectos onde tem de haver mudanças para que a certificação possa ter lugar.
Para que a carne possa vir a ser certificada, os animais têm de nascer, ser criados e abatidos em Portugal. Além disso, e entre vários outros aspectos, a criação tem de ser feita à base de uma alimentação com elevada incorporação de cereais. Há ainda que ter em conta a ética associada à criação, porque “os métodos de produção e de abate assumem cada vez mais importância para os consumidores”.
[LER_MAIS] Mas não ficará a carne certificada mais cara para o consumidor? Vítor Menino admitiu que sim, mas explicou que não será um valor significativo. Rondará os 20 cêntimos por quilo, o que significa que, tendo em conta a média de consumo de 40 quilos de cada português, serão mais oito euros por ano, “para uma carne de qualidade garantida”, mais tenra e suculenta, com menos gordura e menos ácidos gordos.
Ao suinicultor, produzir de acordo com o caderno de especificações da certificação porco.pt custará 50 cêntimos por animal, referiu David Neves na apresentação que teve lugar em Leiria. O vice-presidente da FPAS frisou ainda que este projecto “surgiu como resposta do sector à grande crise” do último ano e que o objectivo é “salvaguardar os milhares de empregos” assegurados pela suinicultura nacional.
Também Vítor Menino frisa que este tipo de acções e dinamismo evidenciado pela produção nacional se tornam “essenciais para um sector que tem vindo a dar mostras da sua capacidade de dar a volta aos momentos mais difíceis”.